Atendimento oncológico do Oswaldo Cruz é duplicado


Por Julia Veras


Desde ontem, o Centro de Oncologia (Ceon) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) conta com 32 novos leitos de internamento, além de ter dobrado a sua capacidade de atendimento diário de quimioterapia de dez para 22 pessoas por dia. A inauguração das novas instalações do Ceon, na manhã de ontem, é mais um passo da unidade de saúde rumo a um objetivo mais ambicioso, que é zerar a fila de radioterapia em Pernambuco. Isso aconteceria com a inauguração de dois novos prédios de tratamento oncológico, que devem começar a funcionar ainda este ano. Para as instalações inauguradas ontem, o investimento foi de cerca de R$ 500 mil, via recursos do Sistema Único de Saú­de (SUS). Os novos leitos serão utilizados apenas pa­ra o tratamento de câncer em adultos.

O centro de radioterapia tem uma longa história. A unidade está sendo construída há cerca de três anos, e há cinco anos o maquinário que foi doado pelo Governo Federal, no valor de R$ 6 milhões, espera, encaixotado, por uma estrutura apropriada para ser utilizado. Antes de chegarem ao Recife, os equipamentos foram enviados para Alagoas e para o Maranhão que, na época, não conseguiram oferecer contrapartida ao Governo Federal. “Os dois novos prédios foram construídos exatamente para abrigar essas máquinas. Algumas paredes têm 2,99 metros de espessura, construídas com concreto e chumbo, para garantir segurança no uso do material radioativo. Foram R$ 4 milhões investidos”, explicou o reitor da Universidade de Pernambuco, Carlos Calado.

Atualmente, 95% da construção dos prédios já está finalizada. “Estamos esperando a União liberar a última parcela de R$ 1 milhão para concluir a obra. Em seguida, precisamos instalar as máquinas e fazer a licitação dos móveis, que já está em andamento e deve custar de R$ 700 a 800 mil. Em seguida, faremos a análise da necessidade de profissionais que trabalharão no Centro e será feita a chamada para concurso público”, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Marcelino Granja.

“O que temos hoje aqui é praticamente uma duplicação na capacidade de atendimento ao paciente com câncer. Futuramente, com a inauguração dos novos prédios, para os quais serão transferidas a braquiterapia e a quimioterapia, poderemos fazer até duas mil sessões de quimioterapia por mês. Acabaremos com a fila do tratamento radioterápico do SUS no Estado”, asseverou o chefe do setor de Oncologia geral do Huoc, Júlio Romão.

Por serem mais modernos, os novos equipamentos vão tornar mui­to mais rápido e eficiente o atendimento ao paciente com câncer. “O início do tratamento será imediato. Há um ou dois anos, a fila de espera para uma sessão de radioterapia no Estado chegava a três meses. Quando esses centros estiverem prontos, a gente zera qualquer demanda reprimida”, pontuou o secretário Marcelino Granja. Já Romão reforçou que o tratamento será muito mais curto e eficiente. “Quem antes precisaria de 30, 60 aplicações, vai fazer o tratamento em pouquíssimas sessões”. Em 2012, de janeiro a maio, 2.311 pacientes realizaram cirurgias oncológicas nos hospitais da rede estadual de saúde. Neste mesmo período 12.787 pacientes passaram por sessões de quimioterapia.

Foto: Arthur Mota

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