Série B: Carcará não segura a macaca

Por Wladmir Paulino
 
O Salgueiro jogou de igual para igual durante a maior parte do jogo mas não resistiu ao artilheiro Ricardo Jesus e conheceu sua segunda derrota em casa na Série B do Campeonato Brasileiro. O Carcará caiu diante da Ponte Preta por 3x2 nesta terça-feira (28), num jogo bastante movimentado e com direito a gol de lateral. A equipe sertaneja está em 15º lugar, apenas um ponto acima do Barueri, que abre a zona de rebaixamento.

Quem pensou que o Salgueiro poderia se intimidar por enfrentar uma equipe que está na ponta da tabela enganou-se redondamente. Tudo bem que a Ponte também não se retraiu mas o Carcará encarou de igual para igual e chegou a criar melhores chances nos primeiros 15 minutos e, melhor ainda, apresentando um futebol consciente e bem estruturado.

Em duas oportunidades, Clébson levou perigo em chutes de fora da área. No primeiro, aos seis, a bola foi por cima. No segundo, raspando a trave direita de Júlio César. A Ponte conseguia chegar explorando a marcação errada dos volantes sertanejos. Muito recuados, eles facilitavam a vida de Ricardinho e Renatinho. A falha era não conseguir concluir a jogada.

Após os 20 minutos, a Macaca conseguiu adiantar a marcação e passou a jogar mais no campo do Salgueiro. Com Clébson mais atrapalhado pela marcação e os laterais sem boa participação ficou complicado. Para compensar, a Ponte Preta não acertava o passe final.

O Salgueiro voltou para o segundo tempo com a segunda alteração por conta de contusão - a primeira foi Eridon no lugar de Alexandre. Juninho Cearense entrou no posto de Edmar. Mesmo assim, o time começou o jogo ofensivamente, tanto que já no primeiro minuto Tamandaré mandou para a área e Fernando, livre, cabeceou para fora. A resposta da Ponte foi letal. Apenas dois minutos depois, Guilherme avançou desde o meio de campo, entrou na área e chutou rasteiro, no canto direito de Marcelo para fazer 1x0.

Mas o Carcará não se intimidou e manteve a disposição ofensiva que vem marcando seus jogos no Ademir Cunha. E aos 13 minutos, veio o empate. Juninho Cearense fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. Como um autêntico centroavante, Marcos Tamandaré apareceu na área e completou para o gol.

O gol do time da casa fez justiça ao futebol apresentado pelos dois times, mas não durou muito. Numa falha individual de Alemão, os visitantes tomaram a frente do placar aos 20 minutos. Wendel dominou dentro da área, mas de costas para o gol. O zagueiro pernambucano precipitou-se ao tentar cortar de qualquer jeito e cometeu pênalti. Na cobrança, Ricardo de Jesus bateu forte, alto, sem chance para Marcelo.

Neco partiu para o tudo ou nada ao tirar um lateral (Tamandaré) para entrada de um atacante (Fabrício Ceará). O tiro saiu pela culatra, pois o meio de campo continuava a depender muito de Clébson, bem marcado e, para complicar, não havia mais lateral de origem em campo. Josa, do lado esquerdo, é volante de origem e estava improvisado.

E foi justamente Josa, num lance pouquíssimo visto em jogos de futebol, quem diminuiu o placar. Aos 39, ele bateu lateral. Ninguém alcançou de cabeça e a bola tocou na perna esquerda de Júlio César antes de passar entre o vão das duas pernas e morrer no fundo do gol. Os minutos finais foram de total desespero e tentativa de empatar a qualquer custo. Mas a ansiedade atrapalhou o time pernambucano.

Ficha do jogo

Salgueiro: Marcelo, Marcos Tamandaré, Alexandre (Eridon), Alemão e Josa; Pio, Diego Paulista, Mateus e Clébson; Fernando e Edmar (Juninho Cearense). Técnico: Neco.

Ponte Preta: Júlio César, Guilherme, Leandro Silva, Ferron e Wendel. Xaves, Gérson (Válber), João Paulo Silva e Renatinho (Soares). Ricardo Jesus (Wellington) e Ricardinho. Técnico: Gilson Kleina.

Local: Estádio Ademir Cunha, em Paulista. Árbitro: Ítalo Medeiros de Azevedo (RN). Assistentes: José da Silva Sobrinho (RN) e Valdomiro Antônio de Araújo (RN). Gols: Guilherme, aos três; Marcos Tamandaré, aos 13; Ricardo Jesus, aos 20 e 32 do segundo. Josa, aos 39 do segundo. Cartões amarelos: Diego Paulista, Alemão, Josa e Ricardinho.

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