Cemitérios preparados para Finados


Por Bruno Bastos
Postagem Gabriel Diniz

Com a chegada do Dia de Finados, no próximo dia 2 de novembro, os cemitérios públicos e particulares da Região Metropolitana do Recife se preparam para receber as pessoas que vão prestar homenagem à memória de parentes e amigos. O trabalho inclui a capinação das áreas de sepultamento, limpeza das ruas, pintura e limpeza das lápides e a limpeza das capelas localizadas nos cemitérios da cidade. No Cemitério de Santo Amaro, o mais antigo do Recife, 150 funcionários estão trabalhando em ritmo acelerado para deixar o local pronto para receber os mais de 20 mil visitantes previstos para os próximos dias.

Uma das pessoas mais dispostas a ajudar é a empregada doméstica aposentada Julia Maria da Conceição, de 80 anos. Com uma vassoura, balde de água e sabão, ela conserva voluntariamente desde os túmulos mais humildes aos jazigos mais suntuosos. “Eu venho cuidar deles porque tem muita família que não dá atenção. Faz pena ver os parentes deixarem tudo largado”, declarou a idosa. Ela disse que já chegou a receber “um dinheirinho” de algumas famílias pelo trabalho, mas que na maioria das vezes, cuida dos túmulos de graça.

Julia Maria vai ao Cemitério de Santo Amaro desde os 12 anos de idade. Nesses quase 70 anos de dedicação, ela disse que fez muitos amigos e conseguiu, durante anos, complementar a renda da casa. “Antes era bem melhor de se trabalhar aqui, as famílias chamavam a gente para os cortejos, para a missa de sétimo dia. Mas a maioria das pessoas hoje nem liga, somente aparece na época de Finados e depois vai embora”, criticou.

Mas o que faz ela sair todos os dias de casa, no bairro de Peixinhos, em Olinda, para trabalhar voluntariamente no Cemitério de Santo Amaro? “Eu não deixo de fazer meu serviço para ficar parada em casa não. Minhas filhas disseram que com a aposentadoria eu deveria descansar, mas enquanto eu puder eu venho para cá.

A pedagoga Fernanda Moraes, que fez a substituição das flores e a pintura do jazigo da família, disse acreditar que o “esquecimento” das famílias se deve ao afastamento dos laços entre aqueles que já morreram e os vivos. “Aqui estão enterrados minha mãe, meus avós e meu bisavô. Eu venho aqui porque os conheci, mas meus filhos não conviveram com boa parte deles. Acho que isso é natural com toda família que cresce muito”, ressaltou.

Do lado de fora do Cemitério de Santo Amaro os comerciantes do Mercado de Flores do Campo Santo, onde Fernanda comprou as flores para ornamentar o jazigo dos parentes, já vinham se preparando desde o mês passado para o Dia de Finados. De acordo com ela, as flores estão disponíveis para todo tipo de público. Os arranjos, entre

R$ 15 e R$ 20, são os que mais vendem. As coroas, mais elaboradas, custam a partir de R$ 50, enquanto as unidades de rosas, lírios e flores do campo saem por menos de R$ 5.

REPAROS

Os Cemitérios de Casa Amarela, Tejipió e Várzea também estão passando por obras para o dia 2 de novembro. A pintura dos muros, troca da iluminação e a manutenção na estrutura hidráulica estão sendo realizadas desde o início do mês. Outra medida que já está sendo executada é o reforço no número de servidores nos cemitérios. Por causa da demanda, o número de funcionários dobrou para garantir o atendimento, segundo a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).

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