
Teixeira disse acreditar que as ações da comissão técnica fora do campo influenciam os atletas durante uma partida. Para o dirigente, o abalo psicológico dos brasileiros após o primeiro gol da Holanda nas quartas de final, na última sexta-feira, foi responsável pela derrocada da equipe no Mundial. “É um contexto todo, mas claro que (o destempero fora de campo) influencia. Se sou o presidente da CBF e invado o campo para bater no juiz, é claro que desestabilizo também a comissão técnica e os jogadores”, disse Teixeira ao canal SporTV.
“Vi o jogo ontem (domingo), e hoje (ontem) vi outra vez com um amigo. Nós dois comentamos que ficou claro que o time ficou profundamente nervoso no segundo tempo. Tomamos um gol, e começou o jogo outra vez, não precisava acontecer aquela hecatombe”, disse, em entrevista ao programa “Bem Amigos”, do SporTV. “Isso ficou configurado na minha cabeça. O segundo tempo foi completamente diferente e isso culminou na nossa derrota”, acrescentou.
Teixeira disse que não chegou a discutir esses problemas com o treinador depois da derrota em Port Elizabeth. “A única coisa que achei ético fazer era comunicar ao Dunga que iria dissolver a comissão técnica”. A decisão foi anunciada domingo, por meio de nota oficial no site da CBF. Dunga, por sua vez, respondeu a Teixeira através de carta aberta à imprensa, em que agradece a confiança do dirigente em seu projeto.
O presidente da CBF também disse aprovar a atuação de psicólogos na Seleção Brasileira - medida incomum em clubes. “Acredito que o trabalho de uma psicóloga na Seleção Brasileira é fundamental.”
GAROTADA
O novo treinador da Seleção Brasileira precisará obrigatoriamente fazer um trabalho de renovação e ser exclusivo da CBF, não podendo conciliar cargos. Esses requisitos foram revelados pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira, em entrevista ao programa “Bem Amigos”, do SporTV, ontem.
Teixeira deixou claro que o novo projeto da CBF será de cinco anos, citando todas as competições que a Seleção disputará até o fim de seu mandato, em abril de 2015. Em 2011, o Brasil terá pela frente o Campeonato Sul-Americano Sub-20, qualificatório para a próxima Olimpíada, e a Copa América; em 2012, a Olimpíada de Londres; em 2013, a Copa das Confederações; em 2014, a Copa do Mundo; e em 2015, a Copa América. Estes três últimos torneios serão realizados no Brasil.
O dirigente disse que a Seleção Brasileira tomará como exemplo a juventude de seleções rivais no Mundial da África do Sul, em que Dunga convocou uma equipe com média de idade de 29,3 anos, uma das mais altas dentre todas. “O time da Alemanha tem nove jogadores abaixo de 23, nós temos um (o volante Ramires). Gana tem 11 jogadores abaixo dessa idade, e a Espanha tem seis. Para nós formarmos essa seleção, necessariamente teremos que fazer esse trabalho. É um projeto de no mínimo cinco anos”, explicou.
Teixeira disse que ainda não manteve contato com nenhum treinador, mas que ele será definido até o final deste mês, já que no dia 10 de agosto o Brasil disputará o seu primeiro amistoso depois da Copa, em Nova Iorque, contra os Estados Unidos. E terá que se enquadrar nesse projeto de rejuvenescimento. “O importante é desta vez ter uma conversa efetiva e combinar o processo que vai ser feito. Não adianta convocarmos um técnico preocupado em ganhar o jogo nos Estados Unidos. O projeto é formar uma seleção nova. Qualquer outra coisa que a gente pensar está fora de bom senso. Temos que formar uma seleção para jogar em 2014, e hoje esses jogadores têm 18, 19, 20 anos”, analisou.
Postada por Adriano Oliveira