Estádio dos Aflitos à venda

O Náutico iniciou um processo de consulta para vender boa parte de sua sede, no bairro dos Aflitos. Em cartas assinadas pelo presidente executivo, Berillo Júnior, e pelo presidente do Conselho Deliberativo, André Campos, o clube convidou seis construtoras para participar da negociação. Elas têm até o dia 15 de setembro para apresentar seus respectivos projetos. Outras três empresas também teriam demonstrado interesse.

De acordo com as diretrizes da diretoria do Náutico, estaria fora do processo apenas o edifício principal da sede, considerado Imóvel Especial de Preservação (IEP). Com ele permaneceriam as lojas que estão arrendadas a terceiros (Timbushop e Delta Café). O terreno, de 41 mil metros quadrados, fica numa das áreas mais nobres do Recife. Estima-se que o valor da área esteja avaliado em mais de R$ 100 milhões.

Com a venda da área que inclui o Estádio Eládio de Barros Carvalho, as duas quadras poliesportivas, as piscinas, o estacionamento e o bar, o Náutico passaria todo seu centro administrativo, esportivo e de lazer para o Centro de Treinamentos Wilson Campos, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. Na proposta enviada pela diretoria, há até um pré-projeto pronto para o local, com toda a infraestrutura que hoje a sede de Rosa e Silva possui. Só que ampliada e bem mais moderna.

Além disso, a construtora que vencer o processo de licitação (as empresas entregarão propostas em cartas fechadas) deverá dispor de R$ 20 milhões para um aporte inicial, no ato da emissão da Licença de Construção. "Este valor, uma espécie de sinal, será destinado à quitação de todas as dívidas do clube. Com isso, o Náutico terá seu passivo zerado", explicou um dos 21 conselheiros que terão a missão de fiscalizar todo processo (a pedido, o nome do conselheiro foi omitido). Deste grupo de notáveis fazem parte ex-presidentes do executivo e do Conselho Deliberativo.

O restante do montante arrecadado com o negócio seria destinado à construção do novo clube, na Guabiraba, onde já existem campos oficiais de treino e alojamento para os jogadores do time profissional. E terá que ser pago em parcelas de até 60 meses.

Outras pré-condições fazem parte do processo. Como a construção de edifícios residenciais para as classes A e B e a implantação de edifícios empresariais. "Um deles ficaria como patrimônio do Náutico. Assim o clube teria receita permanente", justificou o conselheiro. Como a área integra uma zona de restrição imobiliária (a Lei dos 12 Bairros), os prédios não poderão possuir mais de 20 pavimentos.

Estudo de impacto de vizinhança também está contemplado no documento, o que dificilmente permitiria a construção de um shopping center.

Após a escolha da empresa vencedora do leilão, caberá ao Conselho Deliberativo e, em seguida, à Assembleia Geral, a aprovação do negócio, como determina o Estatuto do clube. Os conselheiros já têm conhecimento da consulta às construtoras.

Do JC
Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

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