
Elisângela Dias manda um causo impressionante que ocorreu numa cidade do interior de Pernambuco...
Era uma cidade pequena onde quase todas as pessoas se conheciam, onde existiam vários jovens e alguns deles decidiram montar uma banda. O grupo tocava músicas antigas e sucessos recentes. Arriscavam até a cantar algumas músicas feitas por eles mesmos, a maioria forró pé-de-serra. O cantor da banda, que aqui chamarei de Paulo, tinha uma voz muito bonita e algumas vezes chegou até a cantar em alguns programas de televisão, os chamados "Show de calouros", onde ganhava alguns prêmios.
Certa vez, a turma foi convidada para tocar algumas musicas antigas num baile para a terceira idade. Lá fizeram bonito e levaram vários velhinhos aos saudosos tempos dos bailinhos e das serestas. Entre esses saudosos estava Seu Aramis, senhor muito conhecido na cidade e que adorou as interpretações do cantor e também da maneira que aqueles jovens tocaram tão bem sucessos da sua época. Seu Aramis virou uma espécie de fã de Paulo e até chegou a acompanhar algumas outras festas em que ele cantou. Mesmo morando na mesma cidade, o cantor e o admirador não conheciam.
O tempo passou e o sucesso da banda foi crescendo. Passaram a cantar em cidades vizinhas. Numa noite muito animada, a banda foi chamada para tocar numa grande festa de município próximo. Ao terminar a apresentação, Paulo achou melhor retornar logo para casa, pois sua agenda estava cheia e nos próximos dias ainda cantaria bastante. Mas, com a animação da festa, o restante do pessoal da banda resolveu ficar mais um pouco. Como era perto, Paulo não viu problema em voltar só.
No caminho de volta, no meio da estrada, ele avistou um animal na pista e, ao tentar desviar, terminou no acostamento e com um pneu furado. O pior é que o carro estava sem estepe. Ele até tentou ligar para os amigos, mas eles estavam num local de tanto barulho que não ouviram o aparelho tocar. Paulo sabia que se ligasse para o pai levaria a maior bronca por estar sem pneu reserva. Lá longe ele avistou um carro se aproximando devagar e nele estava um simpático Seu Aramis que parou e prestou socorro ao rapaz.
No meio da troca de pneus, o idoso fez vários elogios ao cantor; disse que no dos bailes da boa idade Paulo fez com que ele achasse que ainda era um garotão. Entre elogios e risadas, os dois terminaram a troca do pneu e Paulo perguntou como poderia devolver o estepe de Seu Aramis, que o informou um endereço.
Paulo comprou um novo pneu e, assim que passou o fim de semana, foi até a casa do prestativo senhor. Ao bater no portão, de lá saiu uma mulher de uns cinquenta anos que o reconheceu logo e perguntou o motivo de tão importante visita. O rapaz contou o ocorrido e pediu para falar com o Seu Aramis. Tomou um susto quando soube que o senhor tão bom, que o ajudara naquela noite, havia falecido há mais ou menos seis meses.
Paulo ficou sem acreditar. A mulher, que era filha de Seu Aramis, o levou até a garagem e mostrou o mesmo carro vermelho em que o velho dirigia naquela do pneu furado. Ainda abismado, o cantor pedia a chave e abriu a mala do veículo. E quase desmaiou quando teve a certeza que o carro estava sem o pneu reserva.
Publicado no AssomBlog, de Roberto Beltrão
Postado por Gabriel Diniz
Era uma cidade pequena onde quase todas as pessoas se conheciam, onde existiam vários jovens e alguns deles decidiram montar uma banda. O grupo tocava músicas antigas e sucessos recentes. Arriscavam até a cantar algumas músicas feitas por eles mesmos, a maioria forró pé-de-serra. O cantor da banda, que aqui chamarei de Paulo, tinha uma voz muito bonita e algumas vezes chegou até a cantar em alguns programas de televisão, os chamados "Show de calouros", onde ganhava alguns prêmios.
Certa vez, a turma foi convidada para tocar algumas musicas antigas num baile para a terceira idade. Lá fizeram bonito e levaram vários velhinhos aos saudosos tempos dos bailinhos e das serestas. Entre esses saudosos estava Seu Aramis, senhor muito conhecido na cidade e que adorou as interpretações do cantor e também da maneira que aqueles jovens tocaram tão bem sucessos da sua época. Seu Aramis virou uma espécie de fã de Paulo e até chegou a acompanhar algumas outras festas em que ele cantou. Mesmo morando na mesma cidade, o cantor e o admirador não conheciam.
O tempo passou e o sucesso da banda foi crescendo. Passaram a cantar em cidades vizinhas. Numa noite muito animada, a banda foi chamada para tocar numa grande festa de município próximo. Ao terminar a apresentação, Paulo achou melhor retornar logo para casa, pois sua agenda estava cheia e nos próximos dias ainda cantaria bastante. Mas, com a animação da festa, o restante do pessoal da banda resolveu ficar mais um pouco. Como era perto, Paulo não viu problema em voltar só.
No caminho de volta, no meio da estrada, ele avistou um animal na pista e, ao tentar desviar, terminou no acostamento e com um pneu furado. O pior é que o carro estava sem estepe. Ele até tentou ligar para os amigos, mas eles estavam num local de tanto barulho que não ouviram o aparelho tocar. Paulo sabia que se ligasse para o pai levaria a maior bronca por estar sem pneu reserva. Lá longe ele avistou um carro se aproximando devagar e nele estava um simpático Seu Aramis que parou e prestou socorro ao rapaz.
No meio da troca de pneus, o idoso fez vários elogios ao cantor; disse que no dos bailes da boa idade Paulo fez com que ele achasse que ainda era um garotão. Entre elogios e risadas, os dois terminaram a troca do pneu e Paulo perguntou como poderia devolver o estepe de Seu Aramis, que o informou um endereço.
Paulo comprou um novo pneu e, assim que passou o fim de semana, foi até a casa do prestativo senhor. Ao bater no portão, de lá saiu uma mulher de uns cinquenta anos que o reconheceu logo e perguntou o motivo de tão importante visita. O rapaz contou o ocorrido e pediu para falar com o Seu Aramis. Tomou um susto quando soube que o senhor tão bom, que o ajudara naquela noite, havia falecido há mais ou menos seis meses.
Paulo ficou sem acreditar. A mulher, que era filha de Seu Aramis, o levou até a garagem e mostrou o mesmo carro vermelho em que o velho dirigia naquela do pneu furado. Ainda abismado, o cantor pedia a chave e abriu a mala do veículo. E quase desmaiou quando teve a certeza que o carro estava sem o pneu reserva.
Publicado no AssomBlog, de Roberto Beltrão
Postado por Gabriel Diniz