HGV SUSPENDE CIRURGIAS POR CONTA DE FISSURAS NO TETO


Fissuras encontradas no teto de uma das 12 salas de cirurgia e rachaduras em paredes de um banheiro masculino do Bloco G do Hospital Getúlio Vargas (HGV), localizado no bairro do Cordeiro, no Recife, assustaram funcionários e pacientes, na manhã de ontem. O problema levou a direção do centro médico suspender, por algumas horas, operações previstas para a manhã de ontem. A Coordenadoria da Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) foi designada para o local e verificou que os problemas encontrados não põem risco a estrutura do prédio, afastando a possibilidade de desabamento e interdições nos setores.

O problema teria surgido desde a noite de anteontem, segundo relatos de funcionários e pacientes repassados a engenheiros da Codecipe. Eles escutaram estalos na estruturas do prédio. Para ontem, estavam agendadas 29 operações no bloco afetado.

Acompanhando o irmão Edcarlos Félix, de 28 anos, que estava agendado para realizar uma cirurgia na perna direita para correção de uma fratura, o auxiliar de produção Leandro Félix, 27 anos, informou que o procedimento foi suspenso, após escutar rumores de desabamentos do teto no bloco cirúrgico. “Ele estava pronto para ser encaminhado para a sala (de cirurgia), quando um enfermeiro disse que a operação foi suspensa por causa do problema”, relatou. “Não informaram quando ele faria a cirurgia”, completou.

De acordo com o coordenador da Codecipe, tenente-coronel Ivan Ramos, uma força-tarefa formada por engenheiros do órgão, da Superintendência de Engenharia da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Gerência de Manutenção do HGV e de engenheiros contratados pela SES, chegou ao hospital por volta das 15h. Eles encontraram rachaduras, fissuras e também problemas hidráulicos no local, que podem ter comprometido o gesso na alvenaria. “Apesar das constatações, verificamos que os danos implicaram em interdições do bloco”, respondeu o oficial.

O engenheiro José Inácio Ávila, que participou da equipe na inspeção, explicou que as rachaduras atingiram os azulejos do banheiro masculino. Esse problema poderia ter ocorrido por causa de corrosões causadas por desgaste do tempo.

Um dos fatores que contribuiu para o aparecimento das fissuras foi a variação térmica. “A temperatura elevada fez a estrutura dilatar. Desde 2005, constatamos que os pilares vêm afundando de um a dois milímetros por ano, mas esse movimento vem reduzindo. As rachaduras aconteceram porque a alvenaria não acompanhou o deslocamento dos pilares”, explicou.

Por nota, a SES informou que perícia realizada ontem verificou que não há qualquer risco de desabamento da estrutura. “Também não há necessidade de interdição do bloco, nem mesmo setores isolados”, descreveu o documento. “Por volta das 8h30, as fissuras apareceram nas divisórias de alvenaria do sanitário masculino do bloco cirúrgico. Alguns azulejos se desprenderam da parede, causando barulho e temor por parte dos funcionários”, disse a nota.

A SES destacou ainda que, logo após a inspeção dos engenheiros, os funcionários foram tranqüilizados e o bloco cirúrgico retomou seu funcionamento normal, realizando 29 operações durante o dia em suas 12 salas de cirurgia. “A SES também já providenciou os reparos no banheiro, o que será finalizado na próxima semana”, concluiu.

Por José Accioly

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