Os 16.223 presentes no Arruda neste sábado viram um momento especial.
O Santa Cruz teve uma grande atuação, como há muito não se via, e arrasou o Sete de Setembro, com um 6 a 1 para ficar guardado na memória.
Não pelo placar em si, mas pelo que representou a partida e pelo que ela teve de promissor.
A primeira constatação é a de um futebol amadurecido. Apesar de iniciar com dois tropeços, o técnico Dado Cavalcanti conseguiu dar uma nova cara ao time do Arruda, e isso ficou claro neste sábado. A equipe coral jogou muito bem, com organização tática, disciplina, dinamismo e criatividade. Os 11 que entraram em campo o fizeram para dar o melhor de si, e tiveram êxito.
A segunda foi o detalhe da estreia no Arruda de Brasão, que foi o nome do jogo, junto com Élvis. Voluntarioso, persistente, generoso (com muitos passes para os companheiros) e com um chute forte, esse atacante de nome estranho precisou de apenas 22 minutos para ter seu nome gritado pela torcida tricolor. Amor à primeira vista.
O adversário, é bem verdade, facilitou a goleada do Santa Cruz ao jogar muito aberto. Mesmo sendo o lanterna do Estadual, o Sete de Setembro tem bons valores e já fez boas partidas no torneio, como a contra o Sport. Mas hoje foi água. E sucumbiu ao tsunami tricolor, ou simplesmente trissunami. Um detalhe: o goleiro setembrino Sílvio se machucou no segundo tempo e, como todas as substituições já tinham sido feitas, teve de ficar. Mas já tinha tomado quatro gols.
O Santa Cruz, neste sábado, mudou da água para o vinho, com uma atuação que faz a torcida voltar a acreditar na possibilidade de superação do momento ruim que vive o clube, fora das principais divisões do futebol brasileiro.
Por Breno Pires
Foto: Alexandro Auler