PERNAMBUCANO DE FUTEBOL DE CARA NOVA


Doze equi­pes dis­tri­buí­das em oito ci­da­des. Dez es­tá­dios co­mo pal­cos. Pouco mais de 300 jo­ga­do­res em ação nos 264 jo­gos só da pri­mei­ra fase. Durante quase qua­tro meses, muita ri­va­li­da­de e tra­di­ção será le­va­da do Li­to­ral ao Ser­tão do Estado. Este é o des­cen­­tra­li­za­do Cam­peonato Per­nam­bu­­cano, que chega em 2010 a sua 95ª edi­ção e com um novo re­gu­la­men­to pelo ter­cei­ro ano se­gui­do. Agora, o cam­peão vol­ta­rá a ser de­ci­di­do nas tra­di­cio­nais fi­nais. Com isso, au­men­tam-se as chan­ces de um clube do Interior apron­tar uma sur­pre­sa pela pri­mei­ra vez na his­tó­ria quase cen­te­ná­ria do cer­ta­me.

Mas o Santa Cruz, que ne­ces­si­ta ter uma boa co­lo­ca­ção para se clas­si­fi­car à Série D do Nacional, pro­me­te não es­mo­re­cer. En­quan­to isso, o Náutico, au­sen­te no lugar mais alto do pódio há cinco anos, não vê a hora de aca­bar com o jejum de tí­tu­los. Já o Sport, outro fa­vo­ri­to ao tí­tu­lo, pre­ten­de sa­grar-se pen­ta­cam­peão. E aí, tor­ce­dor, quem le­va­rá a me­lhor nesta ba­ta­lha? Apos­tem as suas fi­chas que a bola já vai rolar.

A es­treia está mar­ca­da para a pró­xi­ma quar­ta-feira, trans­for­man­do o Campeonato Per­nambucano num dos pri­mei­ros es­ta­duais a co­me­çar nesta tem­po­ra­da. O ca­len­dá­rio aper­ta­do, sem tempo para uma pre­pa­ra­ção fí­si­ca ideal, é fruto do que foi plan­ta­do em 2008, que teve uma fór­mu­la es­drú­xu­la com 12 equi­pes em vez das tra­di­cio­nais dez. A final do cer­ta­me será no dia 4 de maio.

A com­pe­ti­ção será dis­pu­ta­da em três fases. Na pri­mei­ra, todos os times se en­fren­ta­rão em jogos de ida e volta, no sis­te­ma de pon­tos cor­ri­dos. Os qua­tro me­lho­res se clas­si­fi­cam às se­mi­fi­nais, en­quan­to os dois pio­res serão re­bai­xa­dos à Série A2. Nas semis, o cha­vea­men­to será no es­ti­lo olím­pi­co. O pri­mei­ro en­fren­ta o quar­to co­lo­ca­do, en­quan­to se­gun­do e ter­cei­ro fazem a ou­tra par­ti­da. Quem realizou me­lhor cam­pa­nha na fase an­te­rior tem a van­ta­gem de de­ci­dir em seus do­mí­nios. O mes­mo vale para a fi­na­lís­si­ma.

Os cri­té­rios de de­sem­pa­tes, em ordem, são: maior saldo de gols, maior nú­me­ro de gols mar­ca­dos, maior nú­me­ro de gols mar­ca­dos na casa do ad­ver­sá­rio (exem­plo: vi­tó­ria de 1x0, em casa, e der­ro­ta por 2x1, fora. Assim, a equi­pe que ven­ceu o pri­mei­ro jogo segue adian­te) e, por fim, pê­nal­tis.

Neste ano, além da luta pelo tí­tu­lo, as equi­pes in­ter­me­diá­rias tam­bém bri­ga­rão pelo posto de cam­peão do Interior. Se o Trio de Ferro da Capital se clas­si­fi­car às se­mi­fi­nais, os con­fron­tos serão o se­guin­te: quin­to lugar con­tra oi­ta­vo e sexto ver­sus sé­ti­mo. Os ga­nha­do­res des­tas par­ti­das farão a final. Os cri­té­rios de de­sem­pa­tes são os mes­mos do tí­tu­lo do Estadual.

Segundo o pre­si­den­te da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto Olivei­ra, o cam­peo­na­to tem tudo para ser um su­ces­so. “O mo­de­lo (da com­pe­ti­ção) é bom, os clu­bes do Interior estão mo­ti­va­dos. Agora, eles terão ple­nas chan­ces de lutar pelo tí­tu­lo. E a briga para não cair tam­bém será gran­de”, apos­ta. Por outro lado, o man­da­tá­rio está te­me­ro­so com um ponto bas­tan­te per­ti­nen­te. “Estou vendo uma gran­de mo­bi­li­za­ção nas con­tra­ta­ções, mas, até agora, ne­nhum nome de peso foi con­tra­ta­do. Falta um jo­ga­dor de im­pac­to para tra­zer mídia, como ti­ve­mos em ou­tros anos”, cri­ti­cou.

Inclusive, na opi­nião do pre­si­den­te da FPF, o fato de o Estado estar vi­ven­do um “ano complicado”, com Sport e Náu­tico re­­bai­xa­dos à Série B do Bra­sileirão, e Santa Cruz sem estar se­quer ga­ran­ti­do na Quarta Divisão, não des­va­lo­ri­za­rá o nível das par­ti­das. Por outro lado, ele acre­di­ta que a dis­pu­ta será bas­tan­te acir­ra­da. “Eles (leo­ni­nos e tim­bus) na Segunda Divisão levam mais pú­bli­co aos es­tá­dios e têm mais con­di­ções de ga­nhar os jogos.

Na Primeira Divisão, isso não acon­te­ce. Pelo con­trá­rio, penam para se man­te­rem na elite”, disse, para emen­dar: “Já o Pernam­bucano é outra com­pe­ti­ção. Todos en­tram com chan­ces de tí­tu­lo. A qua­li­da­de téc­ni­ca pode di­mi­nuir, com pou­cas con­tra­ta­ções, mas o en­tu­sias­mo será o mesmo”.

Por Felipe Amorim

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