O CARISMA NO IMPROVISADO EXAGERADO DA TRUPE DO BARULHO


O público que acompanha a Trupe do Barulho é mesmo fiel. As criadas…malcriadas, peça que foi levada ao palco do Teatro do Parque ontem, ficou em cartaz por cinco anos e ainda era apresentada até o ano passado, no Valdemar de Oliveira. Tantas sessões não deixaram que a plateia minguasse - metade das cadeiras do teatro estava ocupada, com espectadores bastante atentos para acompanhar as piadas infames dos personagens do grupo.

Quem queria que a peça começasse no horário, ficou decepcionado. Marcado para às 19h, As criadas ocupou uma hora enquanto aguardava a chegada de mais gente e dois dos atores (Rafael Almeida e Jô Ribeiro) tentavam divertir os presentes, vendendo programas da peça entre as cadeiras e fazendo brincadeiras às vezes bem pesadas.

Um espectador mais afoito, que usou um termo perjorativo para se referir a um dos atores, foi “açoitado” com a revistinha com a programação do Janeiro. Outra garota, de cabelos loiros, chamada Fernanda, foi tachada de “galega burra” e todo o elenco passou a pegar no pé dela até o fim da peça, quando foi chamada ao palco para ganhar brindes.

Inspirada em As criadas, de Jean Genet, a comédia traz Flávio Luiz e Eduardo Japiassú nos papéis principais, da copeira Clair e da arrumadeira Solange. Flávio esqueceu o texto umas três vezes durante a peça, e chegou a levar uma queda de um pufe, demorando a se recuperar e “voltar ao normal”. Pensa que o público reclama da precariedade e excesso de improviso? Que nada! Só querem saber do riso fácil e de se verem refletidos em tantas situações extremas, ridículas, palavrões e outros exageros.

Por Tatiana Meira

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