Sérgio Falcão foi encontrado morto no apartamento onde morava, no 10º andar do Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na tarde do dia anterior, 28. Inicialmente, acreditava-se somente que ele havia sido assassinado, tendo um segurança, Jailson Melo, como principal suspeito. No entanto, dias depois surgiu a hipótese de que o empresário havia cometido suicídio, devido à depressão contraída após dívidas da construtora.
A família acha que Sérgio Falcão foi assassinado. Em depoimento, entretanto, Jailson negou ter cometido o crime contra o dono da Construtora Falcão e afirmou que ele se matou. A arma pertence ao irmão do suspeito, que não tem porte, e disse que levou ao apartamento a pedido do empresário. Na versão dele, Falcão tomou a arma das mãos do segurança e cometeu suicídio.
"Eu tenho certeza que ele não fez isso, ele não se suicidou", afirmou uma das irmãs do empresário, Alda Falcão. Para comprovar a hipótese, querem a quebra de sigilo bancário e telefônico e a liberação da agenda de contatos e compromissos dele, para verificar com quem ele iria se encontrar. Além disso, a família solicita a troca do perito Sérgio Almeida por outros baianos que apuraram o Caso Nardoni. Para ela, o perito foi liberou o apartamento muito cedo e não foi imparcial. "Temos que passar por esse processo doloroso por causa disso", lamentou Alda.
As irmãs dizem que o empresário estava sofrendo ameaças antes de ser encontrado morto e, por causa delas, passava por crises de pânico. Também devido às intimidações, foi proibido pela ex-esposa de ver o filho. Depois da morte do pai, o garoto também foi proibido pela mãe de entrar em contato com a avó e as tias. Só depois de liminar judicial, a avó conseguiu o direito de passar um final de semana com ele a cada 15 dias.
MUDANÇA - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) designou, nessa terça (30), o promotor André Rabelo para tentar elucidar o caso. Para Rabelo, alguns pontos das investigações são contraditórios e, por isso, a exumação é importante. O promotor acredita que a apuração do crime pela Polícia Civil foi feita às pressas.
O Instituto de Medicina Legal (IML), autorizado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, chegou ao Morada da Paz pouco antes das 9h e começou a desenterrar o corpo. A exumação foi atrasada porque o cemitério demorou para atualizar a abertura do túmulo. A delegada responsável pelo caso, Vilaneida Aguiar, e o promotor André Rabelo já estavam no local. As irmãs de Sérgio Falcão, Alda e Ana, acompanham o procedimento.
Do NE10
Foto: Alrline Lins