Ambição financeira pode ter motivado crime passional

Por Bárbara Franco

A ambição por um seguro de vida pode ter motivado o assassinato do médico Maviel Menezes de Almeida, 46 anos. Pelo menos é nisso que acredita a família da vítima, que teve o corpo encontrado no dia 1º de julho, embaixo de uma ponte, na PE-46, na divisa entre as cidades de Barreiros e Tamandaré, na Mata Sul do Estado. De acordo com o irmão do clínico geral, o empresário Diógenes Almeida, 43, Maviel mantinha vários seguros de vida e que um deles estava no nome do soldado da Polícia Militar de Alagoas, Antônio Augustinho Alves Muniz, 24. O PM, que também era motorista da vítima, foi capturado na noite da última terça-feira, em Água Preta, também na Mata Sul, suspeito de participação no crime.

Além do PM, mais três homens estavam sendo investigados e as prisões de todos eles foram realizadas nos últimos dias. “Tenho certeza que Antônio foi o mandante. Ele pagou para que esses outros três matassem meu irmão para ficar com o dinheiro dele”, disse Diógenes. O delegado de Palmares e do Núcleo de Homicídios da Mata Sul, Franklin Soriano, afirmou que o crime teve características passionais com motivação financeira, mas detalhes oficiais sobre a investigação só serão anunciados em entrevista coletiva que será concedida amanhã na sede da Polícia Civil de Pernambuco, no Recife.

O delegado Franklin Soriano confirmou que a vítima teve uma forte relação amorosa com o PM. “Ele tinha uma relação de convívio e intimidade com o médico. Existem informações de que os dois tinham um envolvimento homoafetivo. Mas, segundo o próprio PM, a relação já havia sido terminada antes do crime”, afirmou o policial civil. Ainda de acordo com o delegado, o soldado Antônio Augustinho já havia sido ouvido anteriormente na delegacia. “Ele foi uma das primeiras pessoas a ser ouvida, mas negou qualquer envolvimento com o caso”, completou.

Na manhã de ontem, foram cumpridos os mandados de prisão preventiva contra José Laudiano do Nascimento, 19, e José Antônio da Silva Neto, 19, ambos presos em Palmares. O PM foi preso às 19h30 da última terça-feira, em Água Preta. Durante a abordagem, ele estava dentro do próprio carro com o um primo e não reagiu. Com eles, foi encontrada uma pequena quantidade de maconha. Há quase 30 dias a polícia já havia cumprido com a prisão temporária de Ednaldo Santos Brandão, 19, que também já teve a prisão convertida para preventiva.

No dia em que o corpo de Maviel Menezes foi encontrado, especialistas do Instituto de Criminalística (IC) identificaram que a vítima foi morta dois dias antes com pelo menos 17 perfurações feitas por um instrumento pérfuro-cortante, similar a uma faca de caça. O crime teve início dentro da casa da vítima, que apesar de estar sozinha no dia, morava com a mãe.

Com a utilização de luminol, foram identificadas várias manchas de sangue pela casa e também dentro do carro da vítima, uma caminhonete do tipo S-10. O corpo do médico foi enrolado por um lençol, edredom e em um tapete e, depois, arrastado pela casa. Em seguida, ele foi levado para Barreiros, na divisa com Tamandaré, onde foi deixado seminu, às margens de um rio.

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