Pais questionam desfecho de caso

Por Mayra Cavalcanti

Quase cinco meses após a morte do estudante de Fisioterapia Herbert Lucas Abreu Mendes, de 22 anos, e de Arlete Souza Negrão, 64, o primeiro, baleado no peito pelo vizinho, o auditor fiscal João Francisco de Lima Cruz, 39, e a segunda morta pelo próprio Herbert, os pais do jovem, os enfermeiros José Hamilton, 47 e Sandra Inês, 45, revelaram em entrevista não aceitar que o caso seja arquivado por legítima defesa. O crime aconteceu na noite do dia 18 de fevereiro, Sábado de Zé Pereira, no edifício Maison Chagall, localizado no bairro de Parnamirim, Zona Norte do Recife, quando Hebert Lucas, durante um surto psicótico, agrediu com uma faca a própria irmã e Arlete, que não resistiu e faleceu e, após luta corporal, acabou levando um tiro no peito.

De acordo com o advogado do casal, Gervásio Lacerda, existem pontos no caso que põem em dúvida a legítima defesa de João Francisco. Dentre elas, a condição de desarmamento de Hebert, as agressões recíprocas envolvendo João e Herbert e o tiro ter sido no peito do jovem. “A arma utilizada por João estava com o registro vencido e o laudo toxicológico de Herbert revelou que ele não estava sob efeito de drogas, como haviam cogitado antes. Foi claramente um caso de surto”, afirmou o advogado. Ainda segundo Gervásio, a reconstituição dos fatos foi requerida. “O caso deveria ser levado ao júri popular, pois se existem lacunas, não tem como ser arquivado”, declarou.

“Alguns dias antes do que aconteceu, meu filho vinha apresentando um comportamento estranho, mas nada demais. Na família, nós temos parentes com doenças mentais. Nós não fomos ouvidos pela polícia”, relatou a mãe de Herbert, Sandra Inês. Conforme o delegado responsável pelo caso, Francisco Diógenes, o inquérito já foi concluído há cerca de dois meses. “O registro da arma que me foi apresentado estava em dia e eu estava investigando o fato e não a situação da arma utilizada. Os pais de Herbert foram ouvidos, assim como os irmãos dele e outras 22 pessoas”, finalizou o delegado.

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