A equipe do Sport foi eliminada de forma inquestionável da Copa do Brasil, ao perder de goleada para o Paysandu na Ilha do Retiro, um placar de 4 a 1 construído todo no segundo tempo. Má atuação de todos os setores, desorganização completa, tentativas baseadas não no conjunto, mas na individualidade, foi o que o Sport apresentou, enquanto o Paysandu — que venceu no Pará por 2 a 1 — atuou de forma inteligente, precavido na defesa e saindo em velocidade no ataque, de forma mortal. Essa classificação foi histórica para a equipe paraense, que irá pela primeira vez às oitavas de final da Copa do Brasil.
Agora, os rubro-negros voltam às atenções para o Campeonato Pernambucano, que se encontra na última rodada da primeira fase. No próximo domingo, tem confronto direto com o Santa Cruz, bastando um empate para confirmar a primeira colocação. Além de tentar o título estadual, o Sport iniciará no fim de maio a disputa da Série A. Já o Paysandu, que é da Série C, enfrentará o Coritiba na próxima fase da Copa do Brasil e ainda concorre no Campeonato Paraense.
O grande destaque do Paysandu foi o meia Tiago Potiguar, que infernizou a defesa leonina com dribles e passes certeiros, como para o segundo gol da equipe, marcado por Heliton. Um destaque à parte deve ser dado ao goleiro Paulo Rafael, um dos personagens da classificação. Ele esteve no Sport em 2011 e não foi aproveitado. Era a quarta opção. Atuou em apenas um jogo, quando os três (Magrão, Saulo e Rodrigo Calaça) não puderam jogar.
Além disso, o técnico da equpe, Lecheva, também sentiu um gosto especial pela vitória, pois, como jogador do Santa Cruz, perdeu pênalti que deu ao Sport o título do Pernambucano em 2006.
PRIMEIRO TEMPO
Desde o primeiro tempo, a equipe rubro-negra se mostrava desorganizada coletivamente. Na defesa, teve alguns erros em que o Papão poderia ter aberto o placar. O meia-atacante Tiago Potiguar, canhoto rápido e driblador, com facilidade, teve uma chance clara de gol aos 12, com chute defendido por Magrão.
O camisa 10 do Paysandu fazia o que o 10 rubro-negro, Marcelinho Paraíba, não conseguia. Atuou como meia-atacante pela direita, foi bem marcado por Neto. Sem velocidade, não ameaçava a não ser em chutes de longe, que não acertavam o alvo. Só ao fim do primeiro tempo acertou uma boa cobrança de falta, com boa defesa de Paulo Rafael.
No meio de campo, o Leão não apresentava um futebol bem articulado. Os jogadores se posicionavam muito distantes uns dos outros, e não havia a necessária aproximação, troca de passes curtos, deslocamentos em desmarcação para gerar oportunidades de gol. Um agravante tem sido a grande quantidade de erros de passe. Também faltava velocidade, e a saída prematura do meia-atacante Willans, por lesão, aos 13 minutos, atrapalhou, pois o substituto, Jheimy, não tem a mesma movimentação.
O Sport até teve mais finalizações e mais posse de bola que o Paysandu no primeiro tempo. Não obstante, não chegou com contundência no ataque. Ao contrário do Paysandu. Aos 37, Tiago Potiguar avançou pela esquerda e cruzou. Edcarlos escorregou e a bola veio de encontro a Rafael Oliveira. Magrão defendeu o chute à queima-roupa.
Uma nota negativa no primeiro tempo foi a utilização de um laser por parte de torcedores, a fim de atrapalhar a visão do goleiro Paulo Rafael, do Paysandu. Por esse motivo, o árbitro Paulo César Oliveira paralisou a partida por dois momentos. Ele solicitou ao quarto árbitro o registro do fato, para informar na súmula da partida.
SEGUNDO TEMPO
Para chegara à necessária vitória, o Sport precisava de velocidade e cadência, ao mesmo tempo. O técnico Mazola tentou acrescentar o segundo item ao acionar o volante Marquinhos Paraná na vaga de Rivaldo.
A equipe até parecia se encontrar na partida, quando Marcelinho soltou um chute de fora da área que passou perto, aos 3', e em seguida Moacir fez bonita jogada pela ponta direita, cruzando para Jael na área. Tiago Costa travou o arremate. No entanto, a pressão do Leão não ocasionava finalizações de uma zona perigosa.
Aos 9 minutos, o volante Naldinho pediu para sair por um machucado no tornozelo esquerdo, e a terceira substituição rubro-negra foi queimada. O atacante Ruan entrou. A equipe ficou cheia de jogadores de vocação ofensiva. E, num descuido atrás, um contra-ataque letal mudou a partida.
Veio um lançamento para Yago Pikachu na lateral direita. O lateral esquerdo Renê errou a interceptação e o jogador partiu em arrancada de 40 metros em direção ao gol, culminando com um chute forte, cruzado, que passou ao lado de Magrão. 1 a 0, aos 14 minutos.
Pouco depois, o segundo tento do Papão. Tiago Potiguar fez o que quis pela ponta esquerda, entrou na área e tocou para Heliton completar de carrinho, com o gol aberto. 2 a 0.
A partir daí, o Leão precisva fazer 4 gols para se classificar. E o desespero dominou a já nervosa equipe. O zagueiro Bruno Aguiar se mandou para o ataque, e Hamilton ficou cobrindo a sua fundção. A desorganização era evidente.
Curiosamente, Bruno Aguiar foi o melhor "atacante" rubro-negro. O jogador teve um cruzamento que desviou em zagueiro e bateu na trave, aos 27'. Depois, aos 31 minutos, conseguiu marcar o gol do Sport, chutando colocado no canto direito após cruzamento.
Nessa altura, o goleiro Paulo Rafael mostrava seu valor e defendia muitos chutes e saía bem do gol nos cruzamentos. Segurando atrás, o Papão fechou a fatura lá na frente. Héliton marcou aos 39, após fazer falta não marcada em cima de Hamilton, e Rafael Oliveira deu números finais, aos 48 minutos, transformando em goleada.
FICHA DO JOGO
Sport 1 x 4 Paysandu*
Sport: Magrão; Moacir, Bruno Aguiar, Edcarlos e Renê; Hamilton, Rivaldo (Marquinhos Paraná), Naldinho (Ruan) e Marcelinho Paraíba; Willians (Jheimy) e Jael. Técnico: Mazola Júnior.
Paysandu: Paulo Rafael; Yago Pikachu, Douglas, Thiago Costa e Pablo; Neto, Billy (Da Silva), Leandrinho e Tiago Potiguar (Harrison); Adriano Magrão (Héliton) e Rafael Oliveira. Técnico: Lecheva.
Local: Ilha do Retiro.
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa/SP).
Assistentes: Alessandro Rocha Matos (Fifa/BA) e Carolina Romanholi (Asp.Fifa/CE).
Gols: Yago Pikachu, aos 14, Héliton, aos 18, Bruno Aguiar, aos 31, Héliton, aos 39 e Rafael Oliveira, aos 48 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Rivaldo e Thiago Costa.
Renda: R$ 167.175.
Público: 14.933.
*Resultado agregado da fase: Sport 2 x 6 Paysandu
Do Blog do Torcedor