Planos de saúde não atendem no dia 25

Por Juliana Sampaio

No próximo dia 25, os usuários de planos de saúde das empresas de medicina de grupo de Pernambuco terão os atendimentos suspensos para todas as especialidades médicas. A paralisação marcará o Dia Nacional de Protesto contra as operadoras que não adotam a Classificação Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos (CBHPM). No Estado, 1,6 milhão de pessoas utilizam o serviço de saúde suplementar. Destes, 45% serão atingidos pela suspensão dos atendimentos.

A ação é comandada pela Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM-PE), através do presidente, Mário Lins. "Nossa paralisação, que foi defendida na última assembleia, no dia 2, é uma forma de tentar impedir a prática abusiva da não-adoção da CBHPM como referência ética para os honorários médicos. Pela tabela vigente, aprovada em 2010, o valor da consulta deveria ser em torno de R$ 60. Entretanto, não é o que temos, visto que as empresas operam com tabela própria", afirmou Lins.

As paralisações do dia incluem consultórios, laboratórios e clínicas médicas e de imagem. "Em casos de atendimentos de urgência e emergência, assim como os serviços de hemodiálise, hemoterapia e quimioterapia, os atendimentos não poderão ser negados em hipótese alguma", alerta o presidente da CEHM-PE.

Serão atingidos pela mobilização os planos incluídos na Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e do Sena Saúde. No primeiro, nove empresas estão incluídas na lista, com exceção da Viva Planos de Saúde, que negociou a adesão à CBHPM, retroativa desde 1º de abril. No segundo, todas as 14 empresas integram a lista de atendimentos suspensos.

Em relação à Unida/Gre­mes, das 139 operadoras atendidas, apenas a Geap Fundação de Segu­ridade Social terá o atendimen­to negado pelos médicos cre­denciados. Isso porque, de acor­do com Mário Lins, as outras empresas de autogestão do grupo já adotam a tabela da CBHPM. A reportagem tentou entrar em contato com a operadora, mas não obteve sucesso.

Através de nota oficial divulgada pela assessoria de Imprensa, a Agêncial Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destacou que o atendimento à população não pode ser prejudicado. "Em relação aos atendimentos eletivos, as operadoras devem providenciar um novo agendamento das consultas, exames, internações ou quaisquer outros procedimentos com solicitação médica prévia, em tempo razoável, de forma a garantir a assistência à saúde de seus beneficiários consumidores. Os sistemas e fluxos de autorizações das operadoras devem estar programados para as necessidades de re-agendamento, bem co­mo para os casos em que os médicos ou outros prestadores, por questões individuais/par­ticulares, optem por não aderir à paralisação prevista", reiterou o comunicado.

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