Bombeiro é detido após fazer três reféns na SportBurguer da Tamarineira

Três homens passaram por momentos de pânico, na madrugada de domingo (27), sob a mira de um capitão do Corpo de Bombeiros, em uma lanchonete da Tamarineira, Zona Norte do Recife. Policiais militares que faziam ronda na área flagraram quando ele engatilhava a arma e apontava para a cabeça de uma das vítimas. O oficial se rendeu.

Bombeiro, vítimas e testemunhas seguiram para a delegacia de Casa Amarela, na mesma região. Acusado de constrangimento ilegal e ameaça, o capitão Bruno José da Silva, 42 anos, pagou fiança e responderá ao processo em liberdade. O valor estipulado foi de dois salários mínimos.

A confusão começou à 1h55, na Lanchonete Sport Burguer, próximo da esquina da Avenida Norte com a Rua Goianésia. Testemunhas relataram à polícia que o oficial se dirigiu a uma mesa onde estavam dois rapazes, Clebson Correia de Souza Filho e José Carlos Ribeiro da Silva, apontou a arma e pediu o celular deles. Depois, ameaçou com uma pistola 380 o taxista Gilson de Miranda Correia (foto).

Houve correria e muitas pessoas saíram sem pagar a conta. Os dois rapazes fugiram para a calçada enquanto o capitão ameaçava o taxista. Apenas um casal, que depois revelou ser amigo de Bruno José da Silva, permaneceu comendo na lanchonete, enquanto o oficial ameaçava atirar.

"A gente pensava que era um assalto. Foi tudo de repente. Ele se levantou, pediu o celular e dizia o tempo todo que ia atirar", conta o taxista. "A mulher e o cara que eram amigos dele chegaram a dizer para gente não ter medo. Ela falou que o capitão era acostumado a fazer isso", conta o taxista.

Com a chegada da polícia militar, o casal foi embora. Além das três vítimas, os policiais militares conduziram para a delegacia o proprietário da lanchonete, Givaldo José de Moura.

No domingo, o estabelecimento, localizado no nº 3.927 da Avenida Norte, estava fechado. O dono do Sport Burguer não foi localizado para informar sobre o prejuízo com a evasão dos clientes e comentar sobre a confusão. Apesar do nome, a lanchonete não é de torcedores do clube rubro-negro.

Previstos nos artigos 146 e 147 do Código Penal Brasileiro, os crimes de constrangimento ilegal e ameaça têm pena prevista de, respectivamente, de três meses a um ano e de um a seis meses de detenção. Em ambos, a pena pode ser substituída por pena alternativa, como serviços prestados à comunidade.

A pistola, de acordo com o flagrante registrado na Delegacia de Casa Amarela, estava com 17 projéteis. A arma, registrada em nome do oficial, foi devolvida a ele. A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros não quis se pronunciar sobre o caso.
 
Do NE10
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

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