Kamilly Rodrigues Sales. Nove anos e uma gama de sonhos que estão desaparecidos, junto com ela, desde o último dia 7 de junho deste ano. A menina, 15 dias antes do sumiço, havia se mudado, junto à avó materna e o companheiro dela, Ricardo José das Neves, 44, para a comunidade Catamarã, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. Desde então, os parentes não têm mais informações sobre o paradeiro da pequena, bem como do avô ‘postiço’. Portanto, diante da situação e do desespero que paira sobre os familiares, a polícia resolveu lançar uma campanha em busca de Kamilly. Qualquer pessoa pode contribuir para a resolução do caso. Basta ligar para o Disque-Denúncia, de forma anônima e repassar alguma informação pertinente sobre o ocorrido. A depender da relevância do conteúdo, o indivíduo pode receber até R$ 5 mil como forma de recompensa.
De acordo com a delegada do DHPP, Gleide Ângelo, - responsável pelo caso - no dia em que a menina desapareceu, ela estava com Ricardo José, o avô ‘postiço’. “Ele estava de férias do emprego, desde o dia 2 de julho e havia recebido o salário no dia do fato. Ele tinha o costume de jogar ‘no bicho’, diariamente. E, neste dia, ele ligou para a Associação dos Vendedores Autônomos de Loterias (Aval), por volta das 10h15, e descobriu que havia ganho o prêmio. Em seguida, ele ligou para a companheira e disse que ia buscar Kamilly na escola. De fato, ele pegou a menina, às 11h30, levou para casa e chamou uma amiguinha, de cinco anos, que morava na mesma rua, para almoçar com eles. Depois, a vizinha foi embora para a escola e, às 14h30, a mãe de Kamilly ligou para Ricardo, para saber da filha. Ele disse que a menina estava com ele e que eles iriam, naquela hora, pegar o prêmio. Às 15h40, ele estava saindo do Conjunto dom Helder, no bairro de Prazeres”, relatou Ângelo. Esta foi a última vez que a criança fora vista.
Já Ricardo foi visto por uma testemunha uma semana após o sumiço da garota. “Ele estava dentro de um ônibus da linha Roda de Fogo, na última parada da Conde da Boa Vista, sentido Derby. A pessoa, que estava na calçada, disse que ele colocou a cabeça para fora da janela e chegou a conversar com ela. No entanto, esta testemunha não sabia que Ricardo estava sendo procurado e também não sabe dizer em que parada ele desceu”, atestou. Até o momento, então, ambos são considerados vítimas.
Ainda de acordo com a delegada, existem provas de que ele ganhou o prêmio. No entanto, o valor deste não é conhecido. Portanto, no intuito de descobrir novos detalhes a respeito da história, várias pessoas foram procuradas pela polícia. Uma delas, por sua vez, informou à delegada que Ricardo havia chegado na casa dela muito nervoso. O que indica que o valor do prêmio teria sido elevado. “Esse é um detalhe que faz diferença, porque eles podem ter recebido o dinheiro e terem sido roubados e mortos (latrocínio). Ou ainda terem sido sequestrados”, destacou a delegada Gleide. “Contudo, a hipótese de latrocínio não é tão forte, posto que uma testemunha o viu, uma semana depois do desaparecimento. Mas, também, não podemos destacar outras possibilidades”.
Sendo assim, é fundamental que os cidadãos contribuam na busca por Kamilly e Ricardo. Para sensibilizar a sociedade, então, a divulgação do caso será ampla. “Vamos colocar cartazes em lugares públicos de todo o Estado, colocaremos a foto de ambos no nosso site”, relatou a coordenadora do Disque-Denúncia, Carmela Galindo. “É importante lembrar que o telefonema é anônimo e que, além de ajudar nas investigações, a pessoa vai ajudar a amenizar a dor de uma família”.
Da Folha PE