Desaparecimento: Troca de endereço dificulta investigação

As dificuldades da investigação também pesam. Afinal, a avó da criança e o companheiro residiam, anteriormente, no bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife. Após discussões entre o casal, o homem resolveu alugar uma casa em Candeias e morar sozinho. “Só que a mulher decidiu tentar dar outra chance a ele porque, em Brasília Teimosa, eles nunca moravam sós. Sempre estavam as filhas da mulher, os netos. Então, esta era a primeira vez que iam morar só os três”, explicou a doutora. Diante disto, os vizinhos da nova moradia deles não sabiam a respeito do casal ou da criança. Nem os colegas da escola de Kamilly tinham conhecimento de detalhes sobre ela; visto que a garota só foi à unidade de ensino durante seis dias.

Ademais, pelo fato de o “jogo do bicho” ser uma prática ilícita, a delegada frisa que as pessoas têm receio de informar algo, temendo comprometer-se. Dentre os indivíduos com quem a polícia conversou, cita-se a criança de 5 anos que almoçou com Kamilly e Ricardo no dia do ocorrido. “Criança é muito sincera. Então, falamos com ela, a qual contou que almoçaram e que a amiguinha disse que iria com ‘tio Ricardo’ para Prazeres”, pontuou Ângelo.

Já o que se pode apurar, com relação ao rapaz, é que ele possuía uma vida regular. Com o mesmo número de celular há nove anos e trabalhando no mesmo local há 17 anos - um hotel localizado no bairro do Pina - onde recebia cerca de R$ 700 por mês, ele não possuía histórico de abuso sexual ou de algum outro crime. “O único registro negativo dele é que ele agredia a companheira. Mas todos com quem conversamos disseram que ele tinha uma relação de pai e filha com Kamilly”, disse a delegada. Sabe-se, ainda, que ele tem sete filhos, a quem pagava as pensões, rigorosamente; além de netos. A família de Ricardo, por sua vez, reside no município do Cabo e também prestou depoimento à polícia.

A mãe da menina também não tem notícias sobre a filha. Kamilly, desde o nascimento, morava com a avó. Já o pai dela, que era ex-presidiário, foi assassinado há dois meses, e estava envolvido com dívidas de drogas. Todavia, conforme Gleide Ângelo, o fato não possui nenhuma relação com o desaparecimento de Kamilly e Ricardo.

Serviço

Disque-Denúncia: (81) 3421-9595
Site: www.disquedenuncia.org.br

Da Folha PE

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