O fim do regime de Muammar Kadhafi está próximo, afirmou nesta segunda-feira (22) Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton. "Parece que estamos presenciando o final do regime de Kadhafi", disse Mann. "Kadhafi deve abandonar o poder rapidamente e evitar mais derramamento de sangue", completou.
Os rebeldes ocuparam a capital Trípoli no domingo (21). O movimento pela saída de Kadhafi do poder começou em fevereiro. Inspirados pelas revoltas na Tunísia e no Egito, manifestantes conquistaram o poder em algumas regiões, como Benghazi. Desde março a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) passou a atuar nos ataques e os rebeldes foram aos poucos conquistando outras cidades.
O porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia também pediu aos rebeldes líbios moderação no campo de batalha, já que "é importante que as forças opositoras respeitem totalmente o direito humanitário e os direitos humanos e protejam os cidadãos". "A Líbia está no princípio de um processo de transição", declarou Mann.
Em Roma, o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, afirmou que o regime líbio contra apenas entre 10 e 15%" da capital Trípoli. "Observamos nas últimas horas uma consolidação do avanço da oposição ao regime e podemos dizer que neste momento apenas entre 10 e 15% da cidade permanece nas mãos do regime", declarou o ministro ao canal SKY TG24.
"Ao redor do aeroporto, que é uma área chave, as últimas formas de agressão estão sendo eliminadas, atiradores estão sendo detidos e em alguns casos se rendem", disse o chefe da diplomacia italiana.
De acordo com Frattini, "evidentemente a prisão dos filhos de Kadhafi foi um elemento decisivo". O ministro italiano considerou obsoleta a opção de exílio de Kadhafi e destacou que o coronel deve ser entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
O procurador do TPI, Luis Moreno Ocampo, anunciou a detenção de Saif al-Islam, um dos filhos do ditador líbio, considerado o futuro sucessor do pai. Ambos são objetos de ordens de prisão do tribunal por crimes contra a humanidade.
Comunicado de Obama
A Casa Branca emitiu na noite de domingo (21) um comunicado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no qual ele afirma que o regime de Muammar Kadhafi na Líbia "mostra sinais de colapso" e enfrenta um "momento decisivo", e pede que o Conselho Nacional de Transição dos rebeldes "respeite os direitos do povo líbio".
No comunicado, Obama diz ainda que Kadhafi deve abrir mão do poder para evitar futuras mortes, e que os EUA vão atuar com aliados e parceiros para proteger o povo da Líbia e dar suporte a uma transição pacífica para a democracia.
"O jeito mais certo de o derramamento de sangue cessar é simples: Muammar Kadhafi e seu regime têm que reconhecer que seu governo chegou ao fim. Kadhafi precisa reconhecer a realidade de que ele não mais controla a Líbia. Ele precisa abrir mão de uma vez por todas", diz o comunicado.
Do G1