Pagou a fiança com cheque sem fundo

MACAPÁ (AE) - O pastor Wladimir Furtado, dono da entidade Conectur - investigada por fraudes no Ministério do Turismo, pode voltar à prisão depois de deixá-la na madrugada de sábado. Seu advogado, Mauricio Pereira, disse que Furtado não conseguirá os R$ 109 mil exigidos pela Justiça Federal para o pagamento da fiança estipulada. “Vou apresentar meu cliente em juízo e decidir o que será feito”, afirmou. Um cheque foi dado na sexta-feira à noite e até agora o pastor não conseguiu reunir o dinheiro necessário para compensá-lo.

A edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo publicou entrevista exclusiva de Furtado, gravada na presença de seu advogado, em que ele revela que recebeu uma proposta da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para ser “laranja” num convênio de R$ 2,5 milhões com o Governo Federal. “A deputada queria pegar a Conectur para servir de laranja. Ela gostaria que a Conectur entrasse só com o nome”, afirmou Furtado. “Ela queria fazer o serviço do jeito dela, que ela tomasse conta, deixasse contador, advogados e técnicos por conta dela”.

Furtado afirmou que preferiu não entregar a responsabilidade da execução do convênio para Pelaes: “Eu disse: deputada, não vou assinar cheque em branco. Depois sou eu que vou prestar contas”. A Justiça Federal deu ontem ao pastor um prazo até sexta-feira para ele conseguir pagar a fiança. Caso contrário, ele voltará para a Penitenciária de Macapá. “Realmente não tem como pagar essa fiança, porque ele não tomou posse de nenhum valor indevido. Se tivesse tomado, teria condições de garantir sua liberdade”, disse o advogado.

Ele chegou a fazer um apelo na televisão e na rádio para que os fiéis de sua igreja o ajudassem a arrecadar o dinheiro. No fim da tarde, sem sucesso, Furtado se apresentou à Justiça Federal em Macapá. Seu advogado tentou pedir uma alternativa, como proibir que o cliente feche novos contratos com o Governo. Não foi aceito

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