SÃO PAULO (AE) - O Santos conquistou o tri da América da mesma forma que há 49 anos: em uma guerra contra o Peñarol. Após a vitória do time da Vila Belmiro por 2 a 1, ontem, os uruguaios, que mantiveram a lealdade nos dois duelos da final da Copa Libertadores, perderam a esportiva após o apito final e partiram para a briga no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Num duelo em que o placar permaneceu inalterado por 136 minutos, os gols de Neymar e Danilo coroaram a bonita festa no estádio. No fim do ano, o time viaja ao Japão para disputar o Mundial de Clubes da Fifa em um provável duelo contra o temido Barcelona de Messi e cia.
A briga generalizada com os uruguaios após a decisão de ontem, porém, foi só mais um capítulo para uma conquista repleta de adversidades. O Santos superou lesões, expulsões, troca de técnico e até um vulcão para chegar à final. Na trajetória até a conquista da América, passou por venezuelanos, chilenos, paraguaios, colombianos e, por fim, uruguaios. A exemplo de 1962, não enfrentou rivais brasileiros pelo caminho.
O jovem time santista, após esboçar uma pressão no início, o nervosismo tomou conta e até Léo, de 35 anos, o jogador mais experiente do time, errava passes bobos. Marcado de perto, mas com lealdade, Neymar chegou a se irritar e entrou de sola em um zagueiro rival. Para alívio dos santistas, o árbitro mostrou apenas o cartão amarelo. Apesar disso, o Santos teve algumas chances e a melhor delas veio com Léo, após bola rebatida na zaga uruguaia, mas o lateral chutou para fora.
Bastou um minuto na etapa final para que tudo mudasse. Arouca tabelou com Paulo Henrique Ganso, arrancou, passou por um zagueiro e encontrou Neymar livre na esquerda. O garoto pegou de primeira e a bola entrou no canto baixo direito do gol de Sosa. O gol arruinou a tranquilidade dos uruguaios, que endureceram a postura.
Aos 23 minutos, foi a vez de um coadjuvante aparecer. Danilo, que ganhou a confiança da torcida com boas atuações durante toda a Libertadores, recebeu de Elano na direita, driblou o marcador e chutou forte no canto oposto. O que restava de apreensão no Pacaembu virou confiança. Pelé, nas tribunas do estádio, ficou de pé para saudar parte da torcida, que foi ao delírio.
O jogo seguiu em ritmo de festa até os 34 minutos, quando Durval fez gol contra ao tentar desviar chute de Estoyanoff.