Delegado diz que prendeu vaqueiro com base em depoimento de testemunha

O delegado de João Alfredo, Paulo Correia (foto 2), contou nesta segunda-feira (29) que prendeu o vaqueiro José Bezerra da Silva com base em um depoimento de uma testemunha. José Bezerra (foto 1) pode ter sido preso por engano e agora luta para provar sua inocência. Por falta de provas, o juiz da Comarca mandou soltar o suspeito, que ficou dois meses preso.

A operação Boi Carrapeta foi feita por policiais civis de João Alfredo, cidade do Sgreste do Estado, a 120 quilômetros do Recife. O delegado Paulo Correia explicou que prendeu o vaqueiro depois que uma testemunha contou que o vaqueiro tinha participação na quadrilha que furtava gado no interior de Pernambuco. Esse depoimento seria a principal prova contra o suspeito.

“No inquérito policial, como rege os princípios do Direito Penal, basta um indício para que haja alguma razão para indiciá-lo. Quanto às vítimas, poucas pessoas reconheceram os suspeitos, já que o crime é realizado de madrugada”, disse o delegado.

O vaqueiro José Bezerra da Silva Filho pode ter sido preso por engano. No sítio onde mora em Bom Jardim, ele é chamado de Dudé. O apelido, comum na região, seria também o do verdadeiro suspeito que a polícia procurava.

A operação Boi Carrapeta prendeu sete pessoas. Alguns dias depois dessas prisões, o delegado encontrou mais um acusado: um homem que tem o primeiro nome e o apelido iguais aos do vaqueiro Dudé. Ele foi preso.

A família do vaqueiro também denuncia que os policiais foram violentos. Eles teriam arrombado a porta da casa às 3h30 e desarrumaram os móveis à procura de uma arma. Nada foi encontrado. Seu Dudé contou que foi amarrado num coqueiro e sofreu agressões antes de ser levado para a delegacia.

“Me colocaram amarrado em um pé de coco e botaram uma ‘pilhinha’ no meu olho. Fiquei ceguinho. Nessa hora elas me deram um tapa”, contou o vaqueiro.

Durante o tempo que passou preso - 61 dias- houve manifestações na cidade para o vaqueiro ser solto. Há quinze dias ele ganhou o direito de sair da penitenciária de Limoeiro.

Das oito pessoas denunciadas, sete continuam na penitenciária de Limoeiro. Apenas seu José Bezerra vai responder o processo em liberdade.
Reprodução TV Globo

No Fórum da cidade de João Alfredo, o juiz Hailton Gonçalves (foto 3) explicou por que revogou o mandado de prisão preventiva do vaqueiro: “quando eu vi a resposta da acusação do José Bezerra da Silva, vi sua ficha de antecedentes, entendi que, em relação a ele, não estavam mais presentes os requisitos da prisão preventiva”.

O juiz disse que só no decorrer do processo será possível saber se o vaqueiro é culpado ou inocente. Ainda de acordo com o juiz, a audiência que vai decidir o que vai acontecer com seu Dudé e os outros sete presos deve ser marcada para dezembro ou janeiro.

Do PE360º
Postagem Gabriel Diniz

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