
(Por Rachel Morais) - O corpo da psicóloga, psicoterapeuta e mestra em Antropologia Amparo Caridade foi sepultado ontem, às 17h, no cemitério Morada da Paz, em Paulista. Professora adjunta da Unicap, estava afastada das atividades para tratar do câncer no pâncreas, diagnosticado no final do último fevereiro. De acordo com o filho da acadêmica, Gabriel Caridade, ela foi submetida aos melhores tratamentos chegando a ir ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, porém a doença não tem cura e levou Amparo, aos 68 anos, à morte depois de voltar à emergência do Hospital Santa Joana no domingo.
“Se tem uma mensagem que nós gostaríamos de deixar é para o Governo, junto com a sociedade civil se mobilizar de alguma forma para fomentar pesquisas na área. Quase não vemos isso aqui no Brasil. Até se a gente quer doar não se sabe para onde. Os estudos podem evitar que outras pessoas sofram com perdas como esta”, falou Gabriel. Para a ex-aluna e, hoje, professora da UFPE, Veridiana Alves, Amparo foi exemplo de compromisso e sabedoria em todos os sentidos. “Foi grande incentivadora e minha madrinha acadêmica”, falou que acompanhou de perto a luta da psicóloga contra o câncer.
Graduada em Psicologia e com mestrado em Antropologia, Maria do Amparo Rocha Caridade atuava no campo acadêmico desde a década de 1970. Ela foi chefe do Departamento de Psicologia da Fafire, assessora pedagógica da Unicap e assumiu o Departamento de Psicologia da Católica nos anos 1980. Além disso, ainda é autora de diversos livros, como “Sexualidade: Corpo e Metáfora” e “Educação Sexual: Novas Idéias, novas conquistas”. “Bendita doença que me possibilitou essa revolução. A felicidade de me transformar num ser que ama e dignifica o existir. Sem Medo de ser feliz”, disse Caridade, em texto escrito no dia 20 de junho de 2010 depois de passar 12 dias internada.
Postada por Gabriel Diniz
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