O dado foi levantado a partir de um questionário qualitativo e quantitativo aplicado com representantes de 36 instituições governamentais e não governamentais. A pesquisa é apenas uma primeira etapa do PAIR (Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-juvenil), do Governo Federal, e foi apresentada, ontem, em seminário que pretende levantar questionamentos para a revisão do Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes da cidade, lançado em 2007.
Segundo o psicólogo e apoio técnico à pesquisa, Clebes dos Ramos Silva, o maior foco de violência sexual na Zona Sul tem origem no turismo. “Como a exploração está muito ligada ao turismo, fica mais fácil o agenciamento nesses bairros, porque esses locais atendem a demanda turística”, ressaltou. Foram cinco meses em campo e analisando as entrevistas colhidas com diversos profissionais ligados a esse público, psicólogo, professores, conselheiros tutelares e juízes.
“O diagnóstico sugere dados que levam ao questionamento de que no Recife não existe uma rede de combate à violência infanto-juvenil estruturada, as ações são muito desconectadas. É preciso que haja uma costura e que os diversos órgãos trabalhem de maneira integrada”, explicou Clebes.
Segundo Clebes, a partir do momento em que identificou a demanda local, foi criado um Plano Operativo Local (POL). “Será criado um conjunto de atividades para enfrentar e minimizar a violência”. A mesma pesquisa feita na Capital foi, também, aplicada em municípios do Sertão do Estado, Ouricuri, Trindade e Araripina.
Por Carolina Albuquerque