DAYANE DOS SANTOS COMEMORA PENA BRANDA


Suspensa por cinco meses pela FIG (Federação Internacional de Ginástica), Daiane dos Santos readmitiu seu erro e se colocou até na condição de negligente por testar positivo para o diurético furosemida. No entanto, o tom do discurso mudou com o ‘final feliz’ e, após acusar a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) durante o episódio, a atleta preferiu não apontar culpados, encerrou impasse com a entidade e já projeta retorno à seleção brasileira para disputar o Mundial da Holanda, em outubro.

“Se eu cometi um erro, eu fui negligente. Não sabia o que continha no tratamento estético e acabei sendo negligente com a Daiane atleta e pessoa. Não quero colocar a culpa em ninguém. Foi uma sucessão de erros que ocasionaram isso agora. Que bom que terminou tudo bem”, afirmou Daiane, nesta sexta-feira, ao considerar positiva a suspensão por apenas cinco meses, já que a pena poderia chegar a dois anos.

Com o bom ‘desfecho’ – a Wada (Agência Mundial Antidoping) ainda pode levar o caso à CAS (Corte Arbitral do Esporte) e provocar um aumento na punição -, Daiane abrandou o discurso e preferiu poupar a CBG, alvo de críticas na época da notificação do doping da ginasta. A entidade foi apontada como responsável por não informar a FIG sobre a inatividade da gaúcha em julho, data da realização do exame antidoping. O fato de não estar competindo no período, aliás, era a base inicial da defesa da atleta, depois deixada de lado.

“Meu relacionamento com a confederação é bom. A Luciene [Resende], atual presidente, me ligou, me deu todo o apoio, mandou uma carta para a FIG com tudo o que tinha acontecido direitinho. A relação está super bem”, disse Daiane. A atleta ainda falou que mesmo com palestras sobre doping, ela não sabia sobre a proibição do uso de furosemida.

A ginasta chegou a ser informada sobre o exame antidoping pouco tempo antes da realização em 2 de julho. “Eu não sabia que no tratamento constava furosemida. Fui avisada pela FIG que deveria me submeter ao teste. Se eu soubesse que tinha substância proibida não tinha nem começado a fazer o tratamento”, explicou. “Eu só soube que a furosemida era proibida quando recebi a notificação”.

Ainda com o veto médico para competições, Daiane ‘aproveitará’ os cinco meses de suspensão, que estão em vigor desde 27 de janeiro, para reforçar os treinamentos, reiniciados no último dia 6. A prioridade da ginasta neste ano é retornar à seleção brasileira para disputar o Mundial, entre 17 e 24 de outubro, em Roterdã (Holanda).

“No Mundial começa tudo, o sonho de ir para a Olimpíada. A minha meta é Londres-2012. Tudo o que fiz, as cirurgias no joelho, é para Londres. O objetivo não muda. Quero mostrar tudo o que posso fazer e voltar à seleção”, declarou. A última vez que Daiane dos Santos representou o Brasil foi nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. A gaúcha terminou com o sexto lugar no solo, 35º no salto e oitavo por equipes.

Por Roberta Nomura

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