BLITZ APREENDE LIVROS ESCOLARES


Na capa tem a seguinte frase: venda proibida. Apesar do aviso, aproximadamente dez mil livros escolares foram apreendidos ontem durante uma operação da Polícia Civil, intitulada Volta às Aulas. O produto estava sendo comercializado de forma irregular no Centro do Recife. Na ação, 12 pessoas foram detidas. O material estava estocado em dois depósitos. De acordo com a polícia, os livros seriam destinados para professores que trabalham no Ensino Médio e fundamental de escolas da Região Metropolitana do Recife (RMR). O produto é doado por editoras para profissionais da área, porém, são vendidos ilegalmente no comércio. “Os livros já possuem respostas. Apenas professores poderiam utilizá-los, porém, existe um esquema de desvio desse material, que está sendo vendido nos sebos”, comentou o delegado Tiago Cardoso, da Delegacia de Combate à Pirataria.

Parte do material escolar estava estocado em uma sala do edifício Limoeiro, localizado na rua Marquês do Recife, no bairro de São José. A outra remessa foi encontrada pela polícia em um apartamento do Edifício Dantas Barreto, localizado na avenida Siqueira Campos, também no bairro de São José. “Os depósitos são localizados próximos a sebos, onde todo o produto era comercializado”, comentou Tiago Cardoso. As 12 pessoas detidas foram encaminhadas para a Delegacia de Combate à Pirataria, onde foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Os suspeitos vão responder em liberdade ao crime de violação ao direito autoral. Os comerciantes estavam sendo investigados há cerca de três meses. “O mês de janeiro é o período do ano em que existe um maior comércio de livros. Isso porque inicia o ano letivo nas escolas e a procura por esse material aumenta”, explicou o delegado.

A Polícia Civil ainda vai investigar a participação de gestores escolares e professores na comercialização ilegal dos livros. “Está claro que as editoras mandam os livros para professores a custo zero. Porém, o material está sendo desviado e comercializado. Vamos identificar para qual instituição de ensino os livros deveriam ter seguido”, comentou o delegado Tiago Cardoso. Todo o material escolar foi levado para a Delegacia de Combate à Pirataria, onde será contado e entregue à Justiça. Em janeiro do ano passado, uma operação da polícia, no Centro do Recife, apreendeu mais de cinco mil livros. Segundo dados fornecidos pela polícia, em 2009, as editoras de livros tiveram um prejuízo de aproximadamente R$ 40 milhões com a venda ilegal do produto no Brasil.

Por Leopoldo Monteiro

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