O músico Luiz Schiavon, fundador e tecladista da banda de rock RPM, morreu aos 64 anos nesta quinta-feira (15). A informação foi divulgada pela família do músico em um comunicado nas redes sociais.
Schiavon vinha tratando uma doença autoimune nos últimos quatro anos e, segundo a texto dos familiares, passou por complicações durante uma cirurgia e não resistiu. Ainda de acordo com o comunicado, a cerimônia de despedida será reservada aos familiares e amigos próximos do artista.
"É com pesar que a família comunica o falecimento de Luiz Schiavon. Ele vinha lutando bravamente contra uma doença autoimune há 4 anos mas, infelizmente, ele teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu. Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão. Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele", diz o comunicado.Na capa do seu primeiro álbum, “Revoluções por minuto”, de 1985, o RPM aparecia como um trio: Paulo Ricardo (vocais e baixo), Fernando Deluqui (guitarra) e Luiz Schiavon (teclados). Integrado ao grupo durante as gravações do LP (já que o baterista Charles Gavin resolvera ir para os Titãs, àquela altura mais bem-sucedidos que o RPM), Paulo P.A. Pagni não teve tempo de sair na foto, mas viveu todo o processo que os levaria a se tornarem a banda de rock mais bem-sucedida de sua geração.
Com as canções “Olhar 43”, “Revoluções por minuto” e Rádio pirata” estouradas nas rádios, a banda caiu na estrada com um grande show, com direção de Ney Matogrosso, raio laser, teclados eletrônicos de última geração e a sensualidade de Paulo Ricardo.
O LP seguinte, “Rádio pirata ao vivo”, lançado em 1986, alçou o RPM a um nível de estrelato poucas vezes visto no Brasil — o disco venderia mais de 2,5 milhões de cópias e levaria o grupo a viver cenas da mais pura beatlemania, com muitas histórias de sexo, drogas e rock’n’roll.
O fim do grupo em 1989 foi apenas o primeiro: ele voltaria outras vezes. Nos intervalos do RPM, P.A. chegou a ter até um grupo com Paulo Ricardo, o PR.5, de curta duração.
Trajetória
Luiz Antônio Schiavon Pereira nasceu em São Paulo e se formou no Conservatório Mário de Andrade, em 1977.
Quando jovem, chegou a cursar a faculdade de arquitetura, mas começou fazer covers de bandas de rock e seguiu carreira musical.
Aos 16 anos, ele conheceu o cantor Paulo Ricardo, com quem fundou inicialmente a banda Aura e, posteriormente, o RPM.
Na TV Globo, comandou a banda do programa "Domingão do Faustão" no período de 2004 a 2010.
Foi também compositor de trilhas sonoras de novelas da TV Globo, dentre elas: "Terra Nostra", "Esperança" e "O Rei do Gado".
Com informações de O Globo