Eles estão todos arrumados em uma sala e poucas pessoas podem tocá-los. Carlos Aécio de Albuquerque, 74 anos, cuida dos seus 36 telefones com muito amor. O zelo é tão grande que só quem pode limpá-los é ele e a esposa, dona Waldereis Lima de Albuquerque, 75. “Já apareceu tanta gente querendo comprar meus telefones, mas não vendo por dinheiro nenhum nesse mundo”, avisa o aposentado.
Enquanto apresentava suas raridades, que incluem designs clássicos das décadas de 1940 e 1960, Carlos fez questão de dizer que todos os aparelhos estão funcionando. Entre os exemplares está um dos primeiros orelhões que chegaram ao Recife. Há também um modelo produzido em 1901, outro de 1937, um da década de 1960 e um de 1976.
São muitos telefones e histórias. Muitos deles saíram das feiras de troca-troca de vários lugares do Brasil. “Eu trabalhava como vendedor e todas as vezes que eu viajava trazia algum telefone antigo”, conta o colecionador.
Carlos é reservado. Por motivos de segurança, pede que não se divulgue o nome do bairro onde mora, na Zona Oeste do Recife. A janela da sala que guarda a coleção já não fica mais aberta, para evitar a curiosidade de criminosos e também o assédio de pessoas interessadas em comprar os aparelhos.
Do DP / Foto: Maria Eduarda Bione