Recife: Dez imóveis interditados por risco

A falta de manutenção em edifícios históricos do Centro do Recife chama a atenção. Atualmente, segundo a Secretaria Executiva de Defesa Civil, dez imóveis estão interditados por risco de desabamento. E os principais culpados, alerta, são os administradores, que não realizam vistorias periódicas. Ontem, quem passou pela Avenida Conde da Boa Vista pôde observar o reflexo disso: cobogós do sexto andar do Edifício Suape, na esquina com a Rua do Hospício, caíram. Por pouco, não houve um acidente. Agentes da defesa civil afirmaram que o trecho não compromete a estrutura do imóvel construído há cerca de 70 anos. Uma análise completa das fachadas e da área interna será realizada até a próxima semana.

O admistrador do edifício, Sérgio Matos, 32 anos, confessou que há anos não há manutenção das fachadas, o que poderia ter evitado a queda dos cobogós. Apesar disso, ele disse estar tranquilo quanto à resistência do imóvel, que tem 15 andares. “Não há perigo. O que aconteceu foi um problema pontual. A moradora do apartamento colocava água nas plantas que ficavam ao lado dos cobogós, por isso caíram”, relatou. A analista da Defesa Civil Elaine Holanda explicou que também serão coletadas informações dos moradores para contribuir com a vistoria, que identificará os riscos à segurança de quem vive no local.

O arquiteto e urbanista José Luiz da Mota Menezes destacou que, no geral, a manutenção realizada nas edificações antigas é de péssima qualidade. “Isso acontece porque não há interesse dos proprietários dos apartamentos e não há controle do município. A economia, porém, acaba pondo em risco a vida das pessoas”, pontuou. “O ideal é que as vistorias sejam sempre realizadas. Os custos são mais baixos.” O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco, José Mário Cavalcanti, divide a mesma opinião. Para ele, o ideal é que a manutenção desses prédios seja feita pelo menos a cada dois anos.

Já o arquiteto e professor da UFPE Luiz Amorim lembrou que o problema não está restrito aos edifícios antigos. “As construções mais recentes também apresentam problemas, como de revestimento. Isso não acontece apenas pelo material de má qualidade, mas também pela falta de cuidados durante a construção”. Em 2012, o Edifício Olinda, em Santo Amaro, foi interditado por apresentar forte risco de desabamento.

Do DP

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