Por William Tavares
No primeiro clássico das multidões em 2013, entre Santa Cruz e Sport, mais uma vez cenas de vandalismo dividiram – infelizmente – o espaço esportivo que deveria ser dedicado apenas para comentar o resultado da partida, que terminou empatada em 2×2. Antes, durante e depois do jogo, registros de casos de violência e arruaça entorno do estádio do Arruda foram verificados pela reportagem.
Como de costume, a Polícia Militar escoltou alguns ônibus que levavam grupos de torcedores do Sport e do Santa Cruz. No meio do caminho, os veículos eram parados e os passageiros eram revistados. Mesmo sem as tradicionais camisas que os identificam como torcida organizada, foi possível observar em diversos momentos gritos de guerra comumente usando pelas facções.
E os problemas continuaram. O Juizado do Torcedor de Pernambuco (Jetep) autuou 11 torcedores rubro-negros acusados de fazerem baderna nas proximidades do Arruda. “Verificamos que os jovens estavam soltando fogos de artifício e provocando confusão próximo a entrada do estádio. Nós identificamos os torcedores e eles serão encaminhados agora para o Juizado do Torcedor”, relata o Tenente João Menezes da Ronda Cândido Mariano (Rocam). Além da autuação, foram verificados mais quatros casos envolvendo torcedores com posse de drogas.
Confusões que por pouco não poderiam ter sido piores. Momentos antes de entrar no estádio, um homem foi preso em flagrante tentando se infiltrar entre torcedores do Sport portando um revólver de calibre 38. O acusado foi encaminhado diretamente para a delegacia de Casa Amarela.
Mesmo com um efetivo de aproximadamente 800 policiais, casos de roubo e furto puderam ser verificados próximos ao Arruda. Em um deles, registrado pela equipe de reportagem do Jornal do Commercio, as consequências foram ainda mais graves. Além de assaltarem membros da própria torcida, bandidos travestidos com camisas do Santa Cruz e até da torcida organizada Inferno Coral, proibida de entrar nos estádios, agrediram o fotógrafo do jornal Guga Matos, que registrou o ato de violência. Os vândalos jogaram pedras que quebraram o vidro do carro e feriram o rosto do profissional.
O fato aconteceu na Avenida Beberibe, Zona Oeste do Recife. Ainda na saída do estádio, a Polícia Militar escoltou os torcedores nas imediações da Avenida Agamenon Magalhães. Os terminais integrados da PE-15 Milton Santos, Rio Doce, Afogados e Joana Bezerra separaram ônibus exclusivos destinados a volta do público. Nos locais, apesar do iminente risco do encontro entre adeptos rivais, não foram verificados casos mais graves.
Da Folha PE