Aluna em olimpíada de astronomia

Por Pedro Henrique Cunha

Uma estudante pernambucana de 18 anos irá representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que será realizada no dia 27 de julho, na cidade de Valos, na Grécia. Larissa Fernandes Aquino é aluna do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). Ela começou a estudar astronomia há quase três anos, por curiosidade. Hoje, além de nuvens e astros, ela vê sonhos por meio do telescópio. A jo­vem foi a única do Norte-Nordeste com nota alta o suficiente para competir e passar cerca de uma semana na Grécia com outros quatro brasileiros para realizar as provas. Todos os outros candidatos são do Estado de São Paulo.

O interesse pela astronomia, segundo afirma, surgiu no colégio e na própria olimpíada que participou há dois anos. “Gosto muito da área, principalmente de cosmologia. Comecei olhando estrelas e fui me aprofundando na área, lendo artigos na internet”, conta. A vontade de participar das olimpíadas foi surgindo ao longo das aulas. “Fiz a minha primeira prova da Olimpíada Brasileira em 2011, aos 16 anos e ganhei medalha de ouro. Aí fui fazendo outra prova, outra, outra, e acabei gostando”, brincou a estudante. Hoje em dia, ela pretende fazer vestibular para Física, seguir com a área de exatas e entrar para o meio acadêmico.

Coordenador do Núcleo de Astronomia da IFPE, Guilherme Pereira orientou Larissa nos estudos para alcançar a classificação. “A equipe é composta por cin­co estudantes, sendo quatro de São Paulo. Larissa é Pernambuco nas olimpíadas, é um incentivo para nosso Estado”, enfatizou. Os alunos vêm aqui, dou aula com projetores, eles levam apostilas e voltam para tirar dúvidas”, disse ele, destacando o apoio constante aos interessados. “Comecei a estudar astronomia como eles, praticamente sozinho. Vários espaços no Recife poderiam e deveriam ter um observatório, um planetário. Mas falta pessoal com conhecimento para isso”, acredita.

Ainda de acordo com Guilherme, um grupo observacional se reúne, semanalmente, na Torre Malakoff, na área central do Recife, para analisar o céu. Larissa confessa que não tem ido muito, mas costumava participar. “Normalmente só os turistas vão lá e quase ninguém divulga estes grupos. Mas lá podemos observar o céu além de ficar estudando pelos livros”, declara.

Pernambuco é considerado um dos melhores estados do País para observação astronômica. No Sertão, o clima seco deixa o céu mais limpo. Mas o Estado tem apenas um observatório profissional, que fica no município de Itacuruba, a 429 quilômetros do Recife. Guilherme acredita que a conquista da aluna pode incentivar e revelar novos talentos na área. “Como foi no passado, com os holandeses. O primeiro observatório do hemisfério Sul foi construído em Olinda. Isso precisa ser renovado, estimulando os estudantes a desenvolverem essa área do conhecimento”, concluiu.

Da Folha PE

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