Teodoro x Leo: o mistério do Santa Cruz

O caso do volante Leo, do Santa Cruz, é uma novela difícil de ser explicada. Como pode um jogador bom tecnicamente ser preterido até do banco de reservas? As justificativas dadas pelo treinador Zé Teodoro foram várias durante as temporadas 2011 e 2012: falta de comprometimento, não-adaptação ao esquema, preferência por atletas com características mais defensivas... A saída de Leo para o Bragantino, por empréstimo, anunciada na última sexta-feira, acabou sendo a melhor e mais acertada solução para um problema dentro do clube.

A insatisfação do volante era proporcional à do técnico. Leo não gostava de ficar de fora do time, enquanto Zé Teodoro não via motivação suficiente do jogador para brigar por uma vaga. E se o atleta se amparava no grande futebol apresentado em 2010 que o fez ganhar a torcida como trunfo, o treinador tinha os resultados (dois títulos estaduais e o acesso à Série C) a seu favor. No final, a balança pesava para o lado do comandante coral.

Leo havia sido sondado pelo Botafogo em 2010, e o Santa não o negociou. Depois de uma grave lesão, jogou a Série A por empréstimo em 2011 no alvinegro carioca e retornou. Agora, espera ter sorte melhor. “É bom saber que o professor Marcelo Veiga (treinador do Braga) me conhecia e ligou para meus empresários. Quero dar sequência na minha carreira e conquistar bons objetivos. Espero fazer um grande trabalho e conseguir uma transferência boa para que todas as partes interessadas saiam ganhando”, analisou.

Consciente da qualidade de Leo, mas entendendo o lado do treinador, a diretoria coral chegou à melhor saída. Conversou com o jogador e seus empresários para renovar o contrato até o final de 2014. Após isso, liberou o atleta para o Bragantino até o final do Campeonato Paulista de 2013. Os direitos federativos, agora, estão estipulados em R$ 1,5 milhão. “Vamos esperar que ele tenha muita visibilidade. Temos certeza de que, se desempenhar o futebol que sabe, com a qualidade que tem, poderá surgir uma negociação”, disse o diretor de futebol Constantino Júnior.

Não se sabe o que o futuro aguarda para Leo, que hoje está com 25 anos. Caso apresente o mesmo futebol de 2009, as chances são grandes de atrair um clube de maior porte brasileiro ou até mesmo uma passagem no exterior. No momento, ele terá de se readaptar como jogador. Se naquela época, em seu auge, era um segundo volante com grande qualidade técnica aliada a bom poder de marcação, hoje em dia é mais um terceiro homem de meio de campo. Depois da lesão no púbis que o deixou um bom tempo sem atuar, sua força defensiva diminuiu. A técnica, no entanto, está lá, principalmente no passe e nos chutes de longa distância.

Na despedida, o volante agradeceu ao apoio da torcida que sempre o pedia no time. “Agradeço a toda a torcida do Santa Cruz que me tratou com um carinho especial. Por mais que eu esteja feliz com a oportunidade (de jogar em outro clube), fica o aperto no coração. Aqui no Recife sempre recebi um carinho enorme que é difícil colocar em palavras. Estarei torcendo para o Santa Cruz onde quer que eu esteja”, disse.

AMISTOSO


Hoje, às 15h15, o Santa realiza um amistoso em Chã Grande, contra o selecionado local.

Do JC

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