Por Ivson Menezes
Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado, ontem, na Delegacia de Boa Viagem, após duas jovens que se dizem vítimas de homofobia terem sido ouvidas, em depoimento, pelo delegado titular, Erivaldo Guerra. O caso ocorreu na última quarta-feira, em um bar e restaurante localizado no mesmo bairro. As estudantes universitárias de 19 anos, que são namoradas, teriam sido chamadas à atenção pelo maitre do estabelecimento por causa da troca de beijos e carícias entre si.
"Hoje (ontem), ouvi as estudantes. Ainda durante esta semana irei escutar os depoimentos do maitre, do garçon e da gerente. Devo estar concluindo o caso na próxima semana. Provavelmente o estabelecimento deverá responder por injúria ou constrangimento ilegal", explicou o delegado, Erivaldo Guerra.
"Nós só acrescentamos uma informação no depoimento, que não havíamos colocado no Boletim de Ocorrência (BO). Quando voltamos, no mesmo dia do ocorrido, para falar com a gerente do local, ela se mostrou tão homofóbica quanto o maitre. Ela não nos ofendeu diretamente, mas repetiu que ali frequentava crianças e idosos que não entendiam", afirmou umas das vítimas, aluna do Curso de Ciência Política. Ainda segundo a estudante o caso divulgado pela Folha de Pernambuco no último sábado, motivou uma discussão nas redes sociais como facebook, por exemplo. "Algumas pessoas se manifestaram contra nossa atitude, mas a grande maioria nos deu apoio e está nos incentivando a continuar e ir até as últimas consequências", disse.
Entre as declarações do público colhidas da Internet estão: "Aceito o direito de vocês, mas não queria que meu filho presenciasse a cena de gays se beijando. Podem chamar de preconceituoso, mas é fato. Não tenho problemas nenhum com gays, mas acho que o namoro deve se restringir a um ambiente privado ou próprio pra isso. Outra coisa, não considero homofobia isso. Considero questão de respeito as crenças e educação das pessoas". Já este outro internauta escreveu: "Temos que educar nossas crianças para amar e respeitar o próximo sem restrições de cor, etnia ou "opção" sexual, quem sabe assim a sociedade seja outra daqui a alguns anos. Lutar pelo respeito é mais que um direito é um dever. Força na luta".