Por Rui Gonçalves
A avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da Região Metropolitana do Recife (RMR), irá ganhar um corredor exclusivo para ônibus até abril de 2014. A construção dessa via está inserida na segunda etapa do Corredor Norte-Sul, que ligará o município de Igarassu até o Centro do Recife. O anúncio do projeto foi feito pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nesta quinta-feira (29), e o edital de licitação para a execução das obras será publicado no Diário Oficial da União já nesta sexta-feira (30).
Segundo o governador, a prioridade do projeto é o transporte público. "Esse projeto é pensar nas cidades. Tudo influencia no transporte, por isso, nós vamos dar uma melhor qualidade para quem precisa utilizá-lo", explica. Desde já, Campos tranquiliza a população sobre a questão dos transtornos durante a realização da obra. "Lógico que irá causar desconforto à população, mas alguém precisa ter coragem de fazer essa obra, que é fundamental para a mobilidade da RMR", afirma.
A boa notícia para quem utiliza o transporte público na Região Metropolitana do Recife (RMR) é a modernização de todo o sistema viário do Grande Recife. Nesse corredor será implantado o sistema de Transporte Rápido de Ônibus (TRO), modelo semelhante ao de Curitiba, em Santa Catarina, e Bogotá, na Colômbia. Com isso, os passageiros poderão contar com faixas exclusivas de ônibus, que irão aumentar a velocidade de tráfego na via, cobrança tarifária externa, embarque e desembarques rápidos. Além disso, o TRO oferece uma maior pontualidade e regularidade nos horários dos coletivos, conforto e maior segurança.
A segunda etapa do projeto, que começa em frente à Fábrica Tacaruna e se estende até o Terminal Integrado de Joana Bezerra, tem investimento total de R$ 242 milhões. Dentro das obras estão incluídas a construção de quatro viadutos, alargamento dos dois existentes na avenida João de Barros, construção de nove estações no canteiro central, além de cinco passarelas para o acesso às estações. O prazo para o fim da licitação é 30 de julho. Após esse período, a empresa vencedora terá até 30 de setembro para apresentar o plano de circulação, para diminuir os transtornos causados pela obra. As obras irão começar no início de outubro e a conclusão está prevista para abril de 2014.
Todos os dias mais de 100 mil veículos circulam pela avenida Agamenon Magalhães. Com tanto fluxo, a velocidade média da via é de 18km/h, mas em horários de pico esse número cai para 5 km/hora. No sentido Olinda/Boa Viagem, a média de velocidade é de 20,9 km/hora e no sentido inverso chega ser mais lento, cerca de 18 km/hora.
Por isso, quem precisa passar pela avenida acredita que a construção do Corredor Norte-Sul é a melhor alternativa para solucionar o problema do tráfego na região.
Segundo a técnica em laboratório Tânia Albuquerque, de 54 anos, a avenida Agamenon Magalhães tem um dos trânsito mais caóticos da cidade. "É sempre muito complicado pegar ônibus na Agamenon Magalhães. E com a instalação desse corredor exclusivo, com a melhoria da qualidade do transporte, acho que a Agamenon Magalhães ficará excelente", afirma. Já para a contadora Sandra Santos, de 51 anos, os transtornos que serão causados pelas obras serão mínimos se comparados com os benefícios.
Entre os maiores benefícios estão o ganho na velocidade do transporte coletivo. Atualmente, no sentindo Olinda/Boa Viagem, o fluxo tem a média de 20,9 km/hora. Após a construção do Corredor de Ônibus, essa velocidade subirá para mais de 30 km/hora. O maior ganho será no trecho entre os cruzamentos da avenida Rui Barbosa e com a rua Bandeira Filho.
Essa dminuição também poderá ser vista no sentido inverso. Nos locais que hoje é registrada uma velocidade de 18,2 km/hora, com as mudanças irá chegar a 33 km/hora. Outra vantagem do Norte-Sul é preservar a faixa para, futuramente, qualquer outro modal de transporte público ser implantado, além de priorizar o transporte público sem reduzir a capacidade de escoamento. Fora isso, a via estará integrada com os corredores radiais de forma direta e haverá redução de tempo e custos para os usuários.