Presos, Marcos Valério e ex-sócios chegam a Salvador no início da tarde

Por Gustavo Maia

A Polícia Civil da Bahia informou que o empresário e publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, preso na manhã desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte (MG), deve chegar a Salvador por volta das 14h (horário de Brasília). Ele e outras três pessoas presas em Minas Gerais, todos acusados de envolvimento em esquema de aquisição de papéis públicos para grilagem de terras no município de São Desidério, a 887 quilômetros de Salvador, vão desembarcar na Base Aérea da capital baiana e de lá serão encaminhados para a Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), localizada na área central da cidade.

Marcos Valério foi apontado pelo Ministério Público como operador do esquema do mensalão, como ficou conhecido a prática alimentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pagar propina a parlamentares em troca do apoio político no Congresso. A prisão desta sexta-feira foi decorrente da operação deflagrada pela polícia baiana intitulada "Terra do Nunca", que contou ainda com as participações do participações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público da Bahia e de Minas Gerais, além das polícias Civil de Minas e São Paulo.

As investigações duraram 17 meses foram coordenadas pelo Departamento de Polícia do Interior (Depin). O delegado Carlos Ferro, titular da Delegacia Territorial (DT) de São Desidério, ficou a frente dos trabalhos. Segundo ele, a quadrilha lavrava de forma fraudulenta diversas escrituras públicas de compra e venda nos cartórios de Barreiras e São Desidério.

Ao longo desta sexta-feira, investigadores e promotores estarão fazendo buscas no Ofício de Registro de Imóveis de São Desidério e no Tabelionato do 2º Ofício de Notas da Comarca de Barreiras. Os servidores destes órgãos são alvos de vários inquéritos policiais pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e formação de quadrilha.

De acordo com Carlos Ferro, Marcos Valério começou a ser investigado pela polícia baiana em 2010 após a Procuradoria da Fazenda Nacional de Minas Gerais requisitar informações sobre cinco fazendas apresentadas por ele em garantia em um recurso contra a execução de uma dívida de R$ 158 mil com o fisco. As fazendas Cristal 1, 2, 3, 4, 5 somavam 17.100 hectares, mas na verdade elas não existiam, segundo o delegado.

Confira abaixo a lista de prisões - discriminadas por estado - realizadas durante a Operação Terra do Nunca

- Minas Gerais
Marcos Valério Fernandes de Souza – empresário (publicitário)
Ramon Hollerbach – empresário (publicitário)
Francisco Marcos Castilho Santos – empresário (publicitário)
Margaretti Maria de Queiroz Freitas – empresária (publicitária)

- São Paulo
Marcus Vinicius Rodrigues de Martins - empresário

- Bahia (Barreiras)
Leonardo Monteiro Leite – advogado
Ana Elizabete Vieira Santos - ex-tabeliã
Nadir de Oliveira Tavares Botelho – serventuária da justiça
Nilton Santos de Almeida – empresário (bacharel em Direito)
Adroaldo Moreira da Costa – agricultor
Raimundo Varques Gonçalves Lima – empresário
Adilson Francisco de Jesus
Gilkison Botelho dos Anjos, conhecido como “Chiquinho”
João Onivaldo Faccio
Ronaldo da Silva Schitine

Com informações de agências

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