A manchete da Folha de S. Paulo deste sábado é de envergonhar. O lixo hospitalar americano que está chegando a Pernambuco é vendido - isso mesmo, vendido!- a quilo no município de Santa Cruz do Capibaribe.
Por Fabio Guibu, na Folha de S. Paulo
Lençóis com nomes de hospitais dos EUA, semelhantes aos encontrados nesta semana pela Receita Federal no porto de Suape e classificados como lixo hospitalar, são vendidos por quilo em Santa Cruz do Capibaribe, a 205 km de Recife, em Pernambuco.
A Receita apreendeu dois contêineres, na terça e na quinta, com 46 toneladas de resíduos hospitalares vindos dos EUA que eram descritos em documentos como "tecido de algodão com defeito".
Nos compartimentos, no entanto, foram encontrados lençóis manchados de sangue e seringas entre outros.
O material é proibido de entrar no país e oferece risco à saúde. Especialistas dizem que lençóis só podem ser reaproveitados após rigoroso processo de esterilização.
Neste ano, a mesma importadora já havia trazido para Pernambuco outros seis carregamentos, que não foram retidos na fiscalização.
SALDÃO NO AGRESTE
A Folha esteve ontem na cidade do agreste pernambucano para onde seriam levados os detritos importados apreendidos. Lá, comprou na loja de tecidos e retalhos Império do Forro de Bolso, sem se identificar, nove lençóis.
Três peças têm nomes de hospitais ou entidades americanas impressos no tecido. Uma tem a mesma origem de parte do material apreendido no porto, o Hospital Central Services Cooperative.
No total, a Folha comprou 4,1 kg de lençóis, a R$ 10 o quilo. Funcionários da loja alegaram "problemas no sistema" para não entregar nota fiscal nem recibo. Depois de conversarem ao celular, eles fecharam o local.
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