Crime em Aldeia: Pai de noivo admite que filho possuía arma há três anos
Postagem Gabriel Diniz
A arma utilizada por Rogério Damascena, 29, para matar a noiva e um colega de trabalho na festa de seu casamento, no último domingo em Aldeia, foi comprada a um amigo há cerca de três anos, pelo próprio Rogério. A revelação foi feita pelo pai, João Bosco Damascena, que na tarde desta quarta-feira (22) resolveu entregar a arma à Polícia Civil espontaneamente.
Durante entrevista coletiva realizada na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o gestor da especializada, Joselito Kehrle, informou que a polícia ainda não sabe a identidade deste amigo e que a arma não possui registro.
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Desde o dia do crime, a pistola 380 encontrava-se na casa de uma tia de Rogério. Logo após o crime, o pai escondeu a arma no Audi do filho, enquanto as pessoas colocavam o noivo em outro veículo para levá-lo ao Hospital da Restauração (HR). "O pai relatou que escondeu a pistola porque sabia que o filho estava vivo e queria ajudá-lo de alguma maneira. Ele também confessou que sabia da existência da arma, mas jamais questionou o filho sobre o motivo da aquisição", explicou o gestor do DHPP.
Durante estes quatro dias, João Bosco ficou com medo de ser preso e sem saber o que fazer com a arma, acabou contratando os advogados Maurício Bezerra e Gustavo Rocha para orientá-lo. Eles aconselharam o pai do noivo a entregar a pistola e um encontro foi marcado, na Rua da Aurora, na tarde desta quarta. Os dois advogados e João Bosco se dirigiram ao local, onde estava o delegado Igor Leite e alguns policiais civis. De lá, o grupo se dirigiu até o bairro de Areias, na Zona Oeste, para buscar a pistola na casa da tia de Rogério. Em seguida, todos foram à sede do DHPP, onde João Bosco prestou novo depoimento e resolveu contar toda a verdade à polícia.
Após prestar esclarecimentos, o pai do noivo assassino foi liberado, pois resolveu colaborar com as investigações. João Bosco não deu qualquer declaração à imprensa e disse que só se pronunciará através dos advogados.
CASO - O pai do noivo, o funcionário público do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), João Bosco Pimentel Damascena, 59, em outro depoimento formal anterior no DHPP, declarou que a arma não era sua. Informou também que nunca teve conhecimento que o filho possuía arma de fogo.
João ressaltou que nunca teve conhecimento sobre problemas conjugais entre o filho e a nora. No depoimento, o pai do noivo afirmou que veio de Ribeirão, onde mora, para a festa. Declarou que estava um pouco distante do local do crime e que escutou vários disparos. Inicialmente, chegou a pensar que se tratava de fogos de artifício. Relatou ao delegado que, quando se aproximou do local, percebeu a noiva caída no chão e viu o filho com um tiro na testa. Logo em seguida, levou Rogério ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife.
A festa de casamento que terminou em tragédia aconteceu na entre a noite de sábado (18) e a madrugada de domingo (19), no quilômetro 14 da estrada de Aldeia, em Camaragibe. O crime envolveu os noivos. Após matar a esposa, o companheiro de trabalho e ferir uma terceira pessoa, o assistente de vendas Rogério Damascena, de 29 anos, disparou contra a própria cabeça.
A noiva, a advogada Renata Alexandre, de 25 anos, e Marcelo Guimarães, de 40 anos, morreram no local. O noivo Rogério Damascena teve morte cerebral na manhã de domingo, no Hospital da Restauração. Renata e Rogério haviam se casado no Civil na última sexta-feira (17).
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