Mosquito modificado reduz Aedes

SÃO PAULO (Folhapress) - Vem de Juazeiro, na Bahia, uma boa notícia no combate à dengue. Testes realizados por cientistas com mosquitos transgênicos incapazes de transmitir a doença mostraram resultados promissores. O experimento, feito no último ano por pesquisadores da USP e da Moscamed, empresa que produz os mosquitos geneticamente modificados, foi apresentado em um seminário recentemente.

A premissa básica é substituir a população de machos do Aedes aegypti por mosquitos alterados. Eles se reproduzem de forma tão efetiva quanto os selvagens, mas têm uma modificação genética que, transmitida à prole, impede-a de sobreviver.

Resultado: todos os descendentes dessas criaturas artificialmente engendradas morrem antes que possam picar seres humanos e transmitir o vírus da dengue. Durante o período de um ano, os cientistas liberaram em Itaberaba, um bairro de Juazeiro, mais de 10 milhões de mosquitos.

Depois de soltá-los no ambiente, coletaram amostras de larvas e constataram que entre 85% e 90% delas tinham o DNA modificado.

Levando em conta a população residente de A. egypti na região, houve uma redução de 75%, em relação às de áreas não tratadas.

Os mosquitos transgênicos alterados foram originalmente projetados por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Desde então, graças a uma parceria, a Moscamed busca desenvolver a tecnologia para produzir nacionalmente os insetos. "Isso reduz os custos", disse Aldo Malavasi, presidente da empresa brasileira, ao site "SciDev.net". Espera-se que esses insetos transgênicos permitam a erradicação da dengue em regiões onde há baixa mobilidade.

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