Segundo a professora Marta Dubeux, os quatro permanecem há 22 dias na clínica a espera de uma definição do quadro, apesar de a Vigilância Sanitária ter denunciado as condições precárias de higiene na instituição. “O Sassepe não se pronunciou sobre o futuro deles. Há mais de dez anos que esses idosos vivem na clínica, com tudo pago pelo plano. Nos disseram que teríamos que acolhê-los em casa, mas isso é impraticável”, reclamou. Uma equipe técnica do Sassepe já fez uma vistoria no Geriacentro e cancelou o convênio.
Já Fátima Maria do Amaral, filha de uma paciente, ressaltou que os idosos têm direito ao serviço de clínica geriátrica. “Nós pagamos por isso e nossos parentes já usavam esse serviço desde o tempo do Ipsep”, relatou. Desde que foi criado para substituir o Ipsep, em 2001, o Sassepe não cobre internações em clínicas geriátricas. Os quatro idosos são os únicos beneficiados com esse tipo de internação porque já viviam na clínica antes dessa data.
Os próprios parentes dos idosos chegaram a visitar três clínicas indicadas pelo dono do Geriacentro, Uraci Gonçalves, para receber os pacientes, mas desconfiaram da maneira como ele agiu. “Ele deu a entender que resolveria as coisas sem o conhecimento do Sassepe. O plano dele era transferir os pacientes para a clínica que nós escolhêssemos, receber o pagamento do plano e repassar para a nova clínica, mas não aceitamos essa proposta porque achamos tudo muito suspeito”, destacou Marta. Em reunião com o grupo, o diretor do Sassepe, Nelson Holanda, recebeu com surpresa essa informação. “Não recebemos nenhum comunicado oficial do Geriacentro. A responsabilidade do credenciamento dos conveniados é do Sassepe e nós já estamos procurando outras clínicas para acomodar esses quatro pacientes”, colocou Holanda.
Por Brunno Bastos