A Associação Brasileira de Psiquiatria e a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria lamentam o anúncio do destino do Hospital Ulysses Pernambucano, conhecido como Tamarineira, que desaparecerá para dar lugar a um shopping center. Em uma afronta à medicina e ao legado histórico, veremos o desalojamento de mais de uma centena de pacientes com transtornos mentais e a destruição do hospital, além da ameaça a sua área verde de mais de 90 mil metros quadrados, ícones de Recife e da psiquiatria brasileira.
Para a psiquiatria, a instituição sempre teve valor inestimável. Nas décadas de 20 e 30, foi criada ali a Escola de Psiquiatria do Nordeste, comandada por Ulysses Pernambucano, que colaborou relevantem ente para o desenvolvimento científico nacional e ofereceu tratamento qualificado para os pacientes da região.
Para a psiquiatria, a instituição sempre teve valor inestimável. Nas décadas de 20 e 30, foi criada ali a Escola de Psiquiatria do Nordeste, comandada por Ulysses Pernambucano, que colaborou relevantem ente para o desenvolvimento científico nacional e ofereceu tratamento qualificado para os pacientes da região.
Atualmente o Tamarineira atende pacientes com diagnósticos que exigem regime de tratamento praticamente inexistente em outras unidades de saúde do Estado. O que será dessas pessoas? De quem é a responsabilidade?
Ao que parece, a decisão de fechar esses leitos não teve a participação do poder público que, em última instância, é o provedor de assistência médica para essa parcela da população. Da mesma maneira, é preciso lembrar que o Tamarineira funciona como uma emergência muito importante para o sistema, já debilitado, de atendimento em saúde mental do Estado. As conseqüências de mais esse golpe foram avaliadas?
Qual será a alternativa?
Qual será a alternativa?
Se a manutenção do Hospital Ulysses Pernambucano e a preservação do Parque da Tamarineira não são possíveis sem a expectativa de renda proporcionada pela construção do shopping (entre R$ 130 mil e R$ 180 mil, segundo a imprensa), que o Estado assuma esse ônus. Sem dúvida o custo/benefício é extremamente positivo e o povo pernambucano vai concordar em pagar.
É necessário reavaliar essa decisão, com mais transparência e a participação da sociedade, que é a principal interessada no assunto.
João Alberto Carvalho
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
Antonio Medeiros Peregrino da Silva
Presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria