APÓS "TESTE DO OLHINHO", 12 BEBÊS PASSAM MAL EM VITÓRIA (ES)


Doze bebês passaram mal nesta segunda-feira quando se preparavam para fazer o "teste do olhinho" no Hospital Universitário de Vitória (ES). Ao menos dois estão em estado grave. A suspeita é que eles tenham apresentado reação ao colírio utilizado para fazer a dilatação da pupila.

Cerca de 20 bebês receberam a medicação de manhã. O teste é feito em recém-nascidos para detectar possíveis hemorragias no fundo do olho e alterações como catarata congênita, deslocamento de retina e tumores.

Após receberem os primeiros socorros, parte dos bebês foi transferida para outros hospitais do Estado. No início da noite, a Secretaria da Saúde do Espírito Santo afirmou que, dos 6 bebês internados na rede estadual, 2 estavam em estado grave e 4 mantinham o quadro estável.

O motorista Manoel Messias Novaes de Araújo, 47, diz que o filho dele, de quatro meses, desmaiou logo depois de ter contato com o colírio. "Minha mulher estava com ele no hospital. Ela contou que foi uma reação em rede: 20 minutos depois de terem dado a medicação, nosso filho e outros bebês desmaiaram. Agora, meu bebê está na UTI."

O superintendente do Hospital Universitário, Emílio Mameri Neto, disse que o teste do olhinho faz parte da rotina de exames da unidade de saúde e que o fato foi "inesperado".

"Esse exame é feito há 12 anos e nunca houve complicação. Os profissionais pingam o colírio nos olhos do bebê para dilatar a pupila e, em seguida, a médica realiza o teste. Não foi complicação do exame, mas sim do medicamento."

De acordo com Mameri, o lote do colírio, chamado Tropinon, foi recolhido e enviado à Vigilância Sanitária. A secretaria informou que técnicos do Centro de Emergências em Saúde Pública e do Centro de Atendimento Toxicológico do Estado colheram informações e estão investigando o caso.

Amostras do medicamento também foram recolhidas e serão encaminhadas e analisadas por laboratórios credenciados pelo Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro. O nome do fabricante não foi divulgado.

O oftalmologista Ubirajara Moulin diz que os pais não devem ficar alarmados com o episódio porque o teste é "muito importante". "Ocorreu uma fatalidade, que não deve servir para amedrontar as pessoas."

Por Kamila Rangel

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