QUANTO VALE A VIDA HUMANA? IDOSO AGONIZA E MORRE A ESPERA DE ATENDIMENTO NO AGAMENOM MAGALHÃES
Quanto vale a vida humana hoje? Talvez essa pergunta se repita, diariamente, na mente de milhões de brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter, a priori, atendimento médico de qualidade e gratuito. Esse questionamento veio à tona ontem - e da forma mais trágica - à cabeça da família Silva, moradora do município de Escada. Isso porque os parentes do aposentado Manoel Dório da Silva, de 79 anos, ficaram revoltados após ver o idoso morrer perante o suposto caso de negligência médica de profissionais do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no Recife, enquanto o senil agonizava sobre um colchão colocado no corredor de emergência do hospital. Manoel deixou 12 filhos e a esposa, após ter uma parada cardíaca.
Essa lamentável história começou na madrugada de ontem. De acordo com familiares, Manoel sentiu fortes dores próximo ao coração e aos rins. Ele era paciente crônico renal e sofria de insuficiência renal aguda. Diante do quadro do idoso, as filhas o levaram para a Unidade Mista Mendo Sampaio, no Cabo de Santo Agostinho, para primeiros socorros. De lá, ele foi encaminhados para o Recife, para receber atendimento mais especializado no HAM. Já no Recife, as filhas denunciaram que o idoso penou durante muito tempo, mesmo tendo médicos de plantão na unidade de saúde. “Chegamos no hospital por volta das 8h e ficamos esperando no corredor da emergência. Uma médica que estava no plantão (e que não teve o nome revelado) passou por meu pai diversas vezes e não chegou a avaliá-lo, restingindo-se apenas a solicitar exames de sangue”, disse Marta Maria da Silva, 45, uma das filhas de Manoel Dório.
Segundo Maria Amélia Rocha, 50, outra filha do idoso, somente por volta das 10h30, mais de duas horas depois do paciente dar entrada no hospital, uma enfermeira trouxe um comprimido de dipirona, na tentativa de aliviar a dor da vítima. “Minutos depois de ingerir o medicamento, ele começou a passar mal e vomitar. Nessa hora, papai já estava bastante pálido e aparentava não estar consciente. Ninguém chegou para nos ajudar, mesmo ele estando sujo”, denunciou.
Um hora depois de tomar o remédio, Manoel Dório apresentou um quadro de insuficiência respiratória e um médico amigo da família - que teve a identidade preservada - realizou os procedimentos de primeiros socorros, aplicando massagem cardíaca e utilizando máscara de oxigênio, segundo a sobrinha da vítima, Gisa Fernandes. “Só quando os profissionais do hospital viram ele (o médico) tentando ressuscitar meu tio, eles decidiram tomar algum atitude. Mas já era tarde”, lamentou.
Após confirmação da morte, a esposa, a aposentada Maria Regina da Conceição Silva, de 71 anos, precisou ser retirada do hospital. Ela estava bastante abalada com a notícia. O HAM encaminhou o corpo para o necrotério e no final da tarde liberou para os parentes velar em Escada, município onde residia o idoso. O enterro de Manoel Dório será hoje, às 16h, no Cemitério São Luiz.
NEGLIGÊNCIA
Pacientes e parentes que estiveram no Hospital Agamenon Magalhães acompanharam o sofrimento de Manoel Dório e de seus familiares. De acordo com Tereza Soares, 57 anos, que acompanhava seu marido, não houve atendimento médico ao paciente na emergência. “Uma médica passou na frente dele (Manoel) várias vezes e nem chegou a auscutá-lo. Quando o senhor passou mal, foi a população que tentou ajudá-lo”, disse. “Ele ficou jogado lá no chão, somente sobre um colchão por horas, até morrer. E só teve socorro depois de uma pessoa amiga da família tentou fazer alguma coisa”, criticou Maria Cristina Gomes Macedo, 56 anos, que acompanhava a vizinha no plantão da manhã de ontem.
Essa lamentável história começou na madrugada de ontem. De acordo com familiares, Manoel sentiu fortes dores próximo ao coração e aos rins. Ele era paciente crônico renal e sofria de insuficiência renal aguda. Diante do quadro do idoso, as filhas o levaram para a Unidade Mista Mendo Sampaio, no Cabo de Santo Agostinho, para primeiros socorros. De lá, ele foi encaminhados para o Recife, para receber atendimento mais especializado no HAM. Já no Recife, as filhas denunciaram que o idoso penou durante muito tempo, mesmo tendo médicos de plantão na unidade de saúde. “Chegamos no hospital por volta das 8h e ficamos esperando no corredor da emergência. Uma médica que estava no plantão (e que não teve o nome revelado) passou por meu pai diversas vezes e não chegou a avaliá-lo, restingindo-se apenas a solicitar exames de sangue”, disse Marta Maria da Silva, 45, uma das filhas de Manoel Dório.
Segundo Maria Amélia Rocha, 50, outra filha do idoso, somente por volta das 10h30, mais de duas horas depois do paciente dar entrada no hospital, uma enfermeira trouxe um comprimido de dipirona, na tentativa de aliviar a dor da vítima. “Minutos depois de ingerir o medicamento, ele começou a passar mal e vomitar. Nessa hora, papai já estava bastante pálido e aparentava não estar consciente. Ninguém chegou para nos ajudar, mesmo ele estando sujo”, denunciou.
Um hora depois de tomar o remédio, Manoel Dório apresentou um quadro de insuficiência respiratória e um médico amigo da família - que teve a identidade preservada - realizou os procedimentos de primeiros socorros, aplicando massagem cardíaca e utilizando máscara de oxigênio, segundo a sobrinha da vítima, Gisa Fernandes. “Só quando os profissionais do hospital viram ele (o médico) tentando ressuscitar meu tio, eles decidiram tomar algum atitude. Mas já era tarde”, lamentou.
Após confirmação da morte, a esposa, a aposentada Maria Regina da Conceição Silva, de 71 anos, precisou ser retirada do hospital. Ela estava bastante abalada com a notícia. O HAM encaminhou o corpo para o necrotério e no final da tarde liberou para os parentes velar em Escada, município onde residia o idoso. O enterro de Manoel Dório será hoje, às 16h, no Cemitério São Luiz.
NEGLIGÊNCIA
Pacientes e parentes que estiveram no Hospital Agamenon Magalhães acompanharam o sofrimento de Manoel Dório e de seus familiares. De acordo com Tereza Soares, 57 anos, que acompanhava seu marido, não houve atendimento médico ao paciente na emergência. “Uma médica passou na frente dele (Manoel) várias vezes e nem chegou a auscutá-lo. Quando o senhor passou mal, foi a população que tentou ajudá-lo”, disse. “Ele ficou jogado lá no chão, somente sobre um colchão por horas, até morrer. E só teve socorro depois de uma pessoa amiga da família tentou fazer alguma coisa”, criticou Maria Cristina Gomes Macedo, 56 anos, que acompanhava a vizinha no plantão da manhã de ontem.
Por José Accioly
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