Colégio Marista do Recife completaria 100 anos neste domingo

O Colégio Marista do Recife, um dos estabelecimentos de ensino mais tradicionais do estado, completaria, hoje, 100 anos de existência.

Sua história pode ser narrada a partir de um olhar engajado a fatos históricos marcantes no cenário mundial. Fatos que impulsionaram a expansão da presença dos Irmãos Maristas em terras pernambucanas, consolidando-se a filosofia do Instituto Marista, ordem religiosa fundada em 2 de janeiro de 1817 por Marcelino Champagnat no povoado de La Valla, na França. 

Naquele tempo, em pleno período de pós-revolução, quando o acesso à educação era privilégio de poucos, o então jovem padre deu início à  missão de educar e evangelizar crianças e jovens, especialmente os mais necessitados.

O Colégio

Fundado em 14 de janeiro de 1924, tinha uma imensa estrutura física e um grande número de alunos.

Localizado na Avenida Conde da Boa Vista, 385, em pleno coração do Recife, desde a sua inauguração, era referência em qualidade de ensino e, seu funcionamento ajudava a movimentar a região central da cidade.

Em 2002, após quase 80 anos de serviços prestados, encerrou suas atividades depois que a União Norte Brasileira de Educação e Cultura (UNBEC), então mantenedora da instituição, alegou alta inadimplência e inviabilidade de mantê-lo funcionando no centro da cidade.

O terreno, onde abrigava suas instalações, foi vendido ao Grupo Luna que, no local, ergueu uma megaloja do Atacado dos Presentes. 

Da edificação original, sobrou apenas uma pequena parte que está literalmente abandonada. 

Nem se quer a sua tradicional capela foi poupada.

História

O Instituto dos Irmãos Maristas, entidade criadora dos Colégios Maristas é o nome de uma ordem religiosa fundada em 2 de janeiro de 1817 por Marcelino Champagnat no povoado de La Valla, na França.

Em 15 de outubro de 1897, os primeiros Irmãos da congregação chegaram ao Brasil, na cidade de Congonhas do Campo, em Minas Gerais.

Em 2 de julho de 1910, os Irmãos Romildo e Martírio, e mais oito discípulos do Juvenato de Aubenas, desembarcaram do vapor inglês Oriana e recolheram-se ao sobrado da Estação Ponte d’Uchôa, onde hoje funciona o Colégio São Luís, no Recife, constituindo uma comunidade religiosa Marista.

Em 6 de fevereiro de 1911, os Irmãos Romildo e Martírio junto ao Irmão Paulo Berchmans fundaram, naquele sobrado, o Colégio Imaculada Conceição, que recebeu os seus primeiros alunos.

Em 1921, o Colégio foi transferido para a Rua do Hospício, no centro da cidade do Recife, onde, em 1924, mudou-se para a Av. Conde da Boa Vista, com o nome de Colégio Marista do Recife.

A partir daí, o Casarão da Ponte d’Uchôa passou a receber, uma vez por semana, os alunos do Colégio Marista do Recife, para a prática de esportes.

Era comum os alunos, ao concluírem o ciclo de estudo no Externato São Luís (Hoje Colégio São Luís) , se dirigirem ao Colégio Marista do centro do Recife, para cursar o colegial.

Protesto e Missa de Encerramento

Com intuito de sensibilizar a UNBEC, dias antes de encerrar as atividades, um protesto abraçando o prédio que ocupou a casa de número 385 na Avenida Conde da Boa Vista, foi realizado, mas sem encher os olhos dos irmãos, administradores da entidade.

Em 13 de dezembro de 2002, uma missa marcou o fechamento oficial do Marista. 

Diante da Capela lotada, alunos, ex-alunos, pais, professores e funcionários, emocionados, não conseguiam conter as lágrimas.

A celebração foi realizada pelo padre Luiz Libório, pároco do Marista durante 22 anos, que, na ocasião, estava em Roma, mas retornou para presidir a solenidade.

Lembranças

Em 2002, dias antes do fechamento da casa, o ex-aluno Caio Pontual, conseguiu filmar suas instalações. O vídeo, postado no Youtube, pode ser assistido clicando na imagem acima.

Posteriormente, em 2020, o também ex-aluno, Gabriel Diniz, editor deste Blog, e que por cinco anos ficou à frente da Rádio Marista, uma emissora interna que levava música, informação e entretenimento aos alunos, professores e colaboradores, criou uma conta no Instagram.

O perfil traz uma boa parte do cotidiano do colégio. 

Por Gabriel Diniz

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