Morreu nesta segunda-feira (25), aos 83 anos, o conhecido empresário sergipano José Carlos Mendonça (Pinga), de morte natural, em sua residência, no Recife, após passar um período internado em um hospital da capital pernambucana.
Trajetória
José Carlos Mendonça construiu seu nome como proprietário da Pinga Promoções Artísticas, que em seus arquivos, somaram mais de 15 mil eventos realizados por todo o Brasil. De Maria Bethânia à Chico Anysio, o ilustre produtor deixou sua marca com responsabilidade e sobretudo compromisso com o artista e sua equipe.
Chico Anysio, por exemplo, foi contratado mais de 260 vezes pelo produtor, um número alto de contratações, assim como a cantora Elba Ramalho que foi contratada mais de 400 vezes pela empresa de produções.
Quando completou 10 mil shows realizados, Pinga foi homenageado pelo cantor Roberto Carlos, em um show repleto de fãs, no Estádio do Geraldão, no Recife, em 17 de janeiro de 1997.
José Carlos foi aplaudido de pé, pela multidão que ali estava prestigiando o rei Roberto.
Seu escritório, no bairro de Boa Viagem, sempre estava repleto de papéis que davam testemunho do empenho e trabalho dele, e de sua equipe, para produzir os melhores shows do Brasil.
Biografia
José Carlos Mendonça nasceu na cidade de Propriá, no interior do Estado de Sergipe, em 6 de agosto de 1940, cidade que o mesmo sempre nutriu profundo respeito e carinho.
Foi condecorado com diversas comendas, dentre elas a de cidadão honorário do Recife, Aracaju e Pernambuco, além das medalhas que colecionava fruto de seu esforço e dedicação.
Em Agosto de 2020, o produtor completou 80 anos de idade e foi homenageado por grandes artistas do Brasil, que tiveram a oportunidade de se apresentarem aos cuidados da Pinga Promoções Artísticas.
A empresa de produções artísticas foi baixada desde o ano de 2013, quando o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica foi encerrado por liquidação voluntária.
Pinga dizia que iria encerrar de fato sua carreira com um show do Roberto Carlos, pessoa com quem teve a oportunidade de conviver de perto, que é um sonho para muitos brasileiros.
Segundo ele, o Nordeste foi sempre o seu público alvo. Claro, realizou grandes eventos do norte ao sul do Brasil, porém, segundo ele, os melhores foram no território nordestino.
Aos 83 anos, continuava apaixonado pela boa música e afirmando que ser uma pessoa correta é uma obrigação
Sempre bem humorado, ele brincava dizendo que o apelido “Pinga” foi dado por um padre Salesiano porque o jogador Pinga estava jogando no time do jovem José Carlos Mendonça nos anos 1950 e que não bebia, absolutamente, nada.
Residiu durante muitos anos em uma luxuosa mansão na cidade de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, até quando mudou-se para o Estado da Bahia.
Em novembro de 2022, Pinga promoveu o último grande evento em Aracaju, quando levou uma caravana com 10 artistas nacionais e realizou o Baile Rádio Retrô, no Iate Clube de Aracaju, em parceria com a Rádio Jornal FM 92,1.
A festa foi um realizada com todas as mesas vendidas e a apresentação dos artistas foi feita pelo radialista César Cabral.
Pinga era filho do comerciante João Nunes de Mendonça e de Maria Alves Mendonça. Irmão de Maria Auxiliadora Mendonça, Maria José Mendonça, Maria Isabel Mendonça, João Bosco Mendonça, Carlos, Fernando Mendonça, Fernando Antonio Mendonça, João Nunes Mendonça Filho e Francisco Antônio Mendonça.
Despedida
O corpo de Pinga será velado a partir da noite desta segunda, no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju//SE. O sepultamento está previsto para às 11h de amanhã (26), no mesmo local.
Com informações da jornalista Maluma Marques