Geninha da Rosa Borges morre dois dias após completar 100 anos

A atriz, diretora teatral e educadora Geninha da Rosa Borges morreu, nesta quinta (23), no Recife. Considerada a "dama do teatro pernambucano", ela completou 100 anos de idade, na terça (21). Segundo parentes, a artista faleceu em casa, na Zona Norte da capital pernambucana.

A morte de Geninha foi confirmada por Breno da Rosa Borges, um dos quatro filhos de Geninha, na tarde desta quinta. A atriz e diretora teatral era viúva.

Breno disse à imprensa que a atriz sentiu falta de ar na quarta (22). Uma médica da família foi chamada para fazer exames e alertou que seria um problema nas vias respiratórias.

Ainda segundo o filho da atriz, Geninha gostaria de ser cremada e que as cinzas fossem jogadas no Teatro de Santa Isabel, no Centro do Recife.

História

A história de Maria Eugênia Franco de Sá da Rosa Borges está diretamente ligada à cultura do estado. Nascida em 1922, a artista participou de mais de 60 peças, ao longo de 81 anos de carreira. Ainda segundo o filho da atriz, Geninha gostaria de ser cremada e que as cinzas fossem jogadas no Teatro de Santa Isabel, no Centro do Recife.

Durante esse período, Geninha fez teatro, cinema, rádio e TV. A primeira experiência dela com a dramaturgia foi em 1941, quando tinha 19 anos e atuou na peça "Noite de estrelas", em uma apresentação beneficente no Colégio São José.

Geninha foi para os palcos a partir de um convite do dramaturgo e médico Waldemar de Oliveira. Com ele, a atriz entrou para o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP).

Valdemar apresentou Geninha a Otávio da Rosa Borges, irmão da sua esposa Diná, com quem a atriz e diretora se casou em 1946.

Ao longo das décadas, Geninha foi mudando de personagem, de acordo com a idade. Em algumas produções, interpretou moças e senhoras.

Um dos trabalhos mais icônicos dela é "Um sábado em 30", peça escrita por Luiz Marinho e ambientada durante a Revolução de 1930, que culminou no golpe de estado que levou Getúlio Vargas à presidência da República.

Entre a década de 1980 e 2000, Geninha atuou como gestora cultural, em cargos no Museu da Cidade do Recife, no Teatro de Santa Isabel e no Instituto de Assuntos Culturais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Em 2004, já com mais de 60 anos de carreira nos palcos, Geninha estreou em novelas. Em "Da cor do pecado", da TV Globo, ela interpretou Dona Nonô, uma cortesã rica. Contracenava com a atriz Maitê Proença e o ator Ney Latorraca.

Em 2007, a atriz virou enredo da peça "Geninha da Rosa Borges é Leão do Norte", em que, aos 85 anos, relatava a rica trajetória entremeada com poemas.

Até a última atualização desta reportagem, a família ainda não tinha informações sobre o velório. Os parentes aguardavam a autorização para a realização dos funerais no teatro.

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