Começou nesta terça-feira (15), no Recife, o júri popular do motorista bêbado que matou três pessoas durante uma batida de carro na Tamarineira, na Zona Norte da capital pernambucana. João Victor Ribeiro de Oliveira é réu pelos crimes de homicídio doloso, com intenção de matar, e tentativa de homicídio, ambos crimes qualificados por perigo de vida e recurso que impossibilitou defesa das vítimas. O crime ocorreu em novembro de 2017.
Na batida, também foram feridos o advogado Miguel da Motta Silveira Filho e a filha dele, Marcela, à época com 5 anos. Morreram a esposa dele, Maria Emília Guimarães, 39 anos; o filho do casal, Miguel Neto, de 3 anos, e a babá Roseane Maria de Brito Souza, 23 anos, que estava grávida.
A menina Marcelinha, desde o acidente, teve as funções neurológicas afetadas parcialmente, por causa de um traumatismo cranioencefálico. Ela passou por dezenas de terapias ao longo dos anos e recebe acompanhamento multidisciplinar.
O júri ocorre no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, na região central da capital. A seção responsável é a 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital. A juíza responsável é Fernanda Moura de Carvalho.
A expectativa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) é de que o júri termine na madrugada da quarta-feira (16). O júri tinha previsão de começar às 9h, mas começou por volta das 9h40.
Miguel foi acompanhado da filha, nesta terça-feira, acompanhar o começo do julgamento. Ele afirmou não ter conseguido dormir na noite anterior e que não cabe a ele perdoar o motorista do carro que atingiu a família dele. "Uma condenação máxima seria um pequeno passo para uma sociedade mais justa e humana", declarou ferido na colisão de 2017.
O júri ocorre no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, na região central da capital. A seção responsável é a 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital. A juíza responsável é Fernanda Moura de Carvalho.
A expectativa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) é de que o júri termine na madrugada da quarta-feira (16). O júri tinha previsão de começar às 9h, mas começou por volta das 9h40.
Segundo Eliane Gaia, oito testemunhas devem ser ouvidas ao longo do julgamento, além do réu. "O Ministério Público arrolou apenas quatro testemunhas e a defesa, 21, duas em comum com o MP. Hoje, a defesa disse que vai desistir de algumas. Teremos oito testemunhas ao todo e, em seguida, será o interrogatório do réu”, declarou.
O advogado Marcelo Pereira, auxiliar de acusação, representou a família da babá, Roseane, que, além de estar grávida à época, deixou uma filha pequena. Segundo Marcelo Pereira, os parentes seguem muito abalados, mesmo após tantos anos.
“É um trauma muito grande a perda de uma filha querida, grávida. [...] A filha [de Roseane] ficou sob a tutela da avó, porém ainda não assimilou a perda da mãe. De vez em quando, ela pergunta se a mãe vai voltar”, afirmou.
O CASO
De acordo com as investigações da Polícia Civil, João Victor, o motorista que causou o acidente, ingeriu álcool durante horas consecutivas, misturando, inclusive, bebidas como cerveja e uísque.
Segundo perícias, ele estava a 108 quilômetros por hora numa via em que o máximo permitido era de 60 quilômetros por hora. Imagens de câmeras de segurança flagraram a batida.
No dia do acidente, João Victor Ribeiro de Oliveira, de 25 anos, foi detido pela polícia. Em 27 de novembro de 2017, em audiência de custódia, ele teve a prisão preventiva decretada. A babá Roseane e a advogada Maria Emília morreram na hora. O menino Miguel morreu um dia após a colisão, depois de ficar internado.
O carro da família, uma SUV importada, era dirigido pelo advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho. O outro veículo, de um modelo de luxo, estava sendo conduzido pelo causador da batida. Ele chegou a ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas teve alta logo em seguida.
A batida foi tão violenta que o automóvel também atingiu um poste de iluminação pública. O outro veículo ficou destruído e parou no muro de um prédio. Pedaços dos dois carros ficaram espalhados pela calçada e pelo asfalto. Entre os objetos encontrados, havia brinquedos das crianças.