Morre Mongol, compositor parceiro de Oswaldo Montenegro
“Mongol se foi. Oswaldo não tem como falar. Perdeu o menino com quem sonhou a vida desde os oito anos de idade. Não tem nem o que, nem como dizer. Nada. Oswaldo está em silêncio”.
Postado nas redes sociais de Oswaldo Montenegro, o breve comunicado assinado pela flautista Madalena Salles dá bem a dimensão da ligação fraterna e profissional do artista com Mongol.
Compositor, cantor e músico carioca, Arlindo Carlos da Silva Paixão (2 de maio de 1957 – 11 de maio de 2021), o Mongol, morreu na noite de ontem, aos 64 anos, vítima de covid-19, em hospital da cidade natal do Rio de Janeiro (RJ).
Contudo, a trajetória profissional de Mongol está primordialmente associada na memória popular à carreira de Oswaldo Montenegro, de quem Mongol foi parceiro em várias músicas – A dama do sucesso (1986), Aquela coisa toda (1980), Coisas de Brasília (1981), Estrada nova (2002), Lume de estrelas (1981), Olhos do mundo (1981), Sempre não é todo dia (1987) e Voar leve (1980), entre outras – propagadas pela voz do Menestrel.
Como se não bastassem tantas parcerias, o maior sucesso de Mongol como compositor, Agonia, ganhou o festival MPB-80 (TV Globo), com a defesa de Montenegro em interpretação antológica. Mongol compôs Agonia sozinho.
Em 1985, no embalo da participação do cantor no Festival dos Festivais (TV Globo) com a música Meus bons amigos, Mongol lançou pela gravadora Som Livre o primeiro álbum solo, Olhos vigilantes. O segundo, Histórias são canções (2007), viria ao mundo 22 anos mais tarde.
Mongol, o menino que concretizou o sonho da música ao lado de Oswaldo Montenegro, se foi. Mas deixou canções que deram origem, ao longo dos últimos 40 anos, a uma bela história de vida.
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