Dois casos de meningite, incluindo um óbito, na Tamarineira

Honorino Rozendo, pai de João Victor. Foto: TV Clube/Reprodução 
Dois casos de meningite, um deles fatal, e uma suspeita da doença assustam moradores da Rua Goianésia, no bairro da Tamarineira, no Recife. Em quatro dias, as infecções já levaram três vizinhos para unidades de saúde próximas. A Secretaria de Saúde do Recife confirmou a causa da morte por meningite bacteriana de João Victor, de apenas 12 anos, à TV Clube através de nota oficial. O menino estava bem até o sábado (06), quando jogou futebol com os colegas. Na madrugada do domingo, sentiu-se mal. Teve pouco mais de quatro horas de vida. Nesta quarta-feira (08), outro menino, de oito anos, foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Correia Picanço com os mesmos sintomas. Ele brincou com João Victor no fim de semana. A prima dele, de nove, foi para a Unidade de Pediatria do Hospital Helena Moura.

Para tentar minimizar os riscos de contaminação, a Escola Motta e Albuquerque, onde João Victor estudava, recebeu uma equipe de profissionais de saúde do Núcleo de Epidemiologia do Hospital Correia Picanço na última segunda-feira (06). De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, os agentes vistoriaram as instalações e asseguraram não haver riscos. Médicos e enfermeiros ainda distribuíram panfletos explicativos e tiraram dúvidas dos alunos sobre as formas de contágio. As aulas serão suspensas apenas nesta quinta-feira (09), quando haverá uma nova visita de técnicos da Secretaria de Saúde do Recife.

"Meu filho chegou dizendo que estava sentindo dor de barriga, que ela estava meio inflamada. Pediu para dormir comigo e eu deixei. Notei que ele estava meio trêmulo e, de madrugada, achei melhor levá-lo ao Helena Moura", lembrou Honorino Rozendo, pai de João Victor, ao falar de como descobriu a doença do filho. "No hospital, disseram que ele estava com virose. Só quando ele piorou e o médico viu o estado em que ficou é que resolveram levar para o Correia Picanço", continuou a mãe, Sueli da Silva. "Ele só teve umas quatro ou cinco horas de vida", desabafou.

Na comunidade, os casos preocupam. Os pais do paciente internado na UTI do Correia Picanço também levaram o filho para o Hospital Helena Moura na segunda (06). De acordo com os familiares, os médicos disseram que o garoto estava com dengue. "Agora meu primo está sem poder andar", comentou um parente. Apesar da visita dos médicos na instituição de ensino, apenas nesta quarta, agentes de saúde estiveram na comunidade. Foram até a casa do garoto hospitalizado. "Fizeram a profilaxia na casa e deram os medicamentos para os irmãos e os pais. Disseram que não há risco de contágio, mas como não há? Nesta noite, minha outra prima já foi para o hospital também", questionou o familiar.

"O João Victor teve duas paradas cardíacas até morrer. Só vão cuidar da gente quando ficarmos doentes? Tenho um filho de nove anos que brincava junto com os meninos. Levei ao hospital particular para fazer os exames. Nos outros cantos, estão recusando os remédios. É um absurdo. Todos nós estamos correndo risco. O problema não está na escola. Meus primos nem estudavam com o menino que morreu. O perigo está aqui. Está todo mundo desesperado", denunciou.

Saúde

A equipe de reportagem do Diario de Pernambuco procurou a Secretaria Estadual de Saúde para saber as medidas que estão sendo tomadas para minimizar os riscos de contágio e para o tratamento dos pacientes, mas não conseguiu respostas. O gerente de Relações com a Imprensa do governo do estado, Manoel Guimarães, foi comunicado da demanda.

Do DP

Postar um comentário

Comente esta matéria

Postagem Anterior Próxima Postagem