Se dentro do PT pernambucano existia dúvida sobre um nome para concorrer ao governo do estado no próximo ano, essa dúvida não existe mais. Pelo menos na visão do ex-prefeito e atual deputado federal João Paulo (PT). Ele se considerea a melhor opção dentro do partido para concorrer à sucessão estadual. "Acho que meu nome é o melhor para concorrer ao governo de Pernambuco em 2014", disse o parlamentar durante entrevista descontraída a uma rádio local."Mas vamos deixar o debate eleitoral para depois. Ainda não se consolidou nenhum cenário político. Estou adorando o mandato de deputado federal e discutir assuntos nacionais".
O debate de nomes do partido para a disputa do governo estadual está em banho maria desde da derrota sofrida pelo partido na disputa da Prefeitura do Recife no ano passado, quando o socialista Geraldo Julio desbancou o senador Humberto Costa (PT). João Paulo era o vice na chapa petista.
Uma das preocupações da legenda é garantir um palanque para a presidente Dilma Rousseff na disputa da reeleição.
Entre outros assuntos, o deputado comentou assuntos polêmicos como o processo do mensalão, a condenação de Dirceu, redução da maioridade penal e a falta de investigação sobre as privatizações durante o governo tucano.
Sobre o seu correligionário e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de dez anos de prisão acusado de comandar o esquema do mensalão, João Paulo comparou o processo com o julgamento feito a Jesus Cristo e Barrabás. "Tudo que vi sobre Dirceu é que não existe provas. Para julgar qualquer crime as provas são fundamentais. Nos relatos e na assessoria no PT não existe prova alguma".
Perguntado sobre se falta igualdade nos processos investigativos o ex-prefeito foi enfático. "Acho injusto só julgar o mensalão do PT. As privatizações do PSDB não estão nem sendo citados. È injusto, temos que ter igualdade. O protagonista é o mesmo que é Marcos Valério".
Em relação a maioridade penal, o petista se posicionou contra a medida."O ideal é que possamos garantir saúde, educação, segurança, lazer e arte para os jovens. As maiorias dos crimes estão sendo realizados por pessoas dentro da faixa dos 18 e 26 anos, segundo uma pesquisa que fiz. Na nossa concepção não resolve. O caminho não é por ai".
Do DP/Foto: Bernado Dantas