Por Joana Silva
O município de Tacaratu,nos seus primórdios, contou com uma área muito ampla e conseqüentemente com vários distritos, dentre eles Espírito Santo (INAJÁ), Volta do Moxotó e Petrolândia.
Atualmente, com 1.153,7 km², divide-se em apenas dois distritos: a sede Tacaratu, e o segundo distrito Caraibeiras, que nos registros históricos começa aparecer em 1953, quando a lei nº 91 de 10 de outubro de 1953, atendendo a uma portaria apresentada pelo senhor Manoel Pereira de Araújo conhecido por Mané Gabriel, então vereador da Câmara de Petrolândia, na época sede do município, eleva essa localidade à categoria de Vila.
Tivemos todo empenho em pesquisar sobre sua história, mas nada mais além dessa lei conseguimos encontrar sobre Caraibeiras.
Através de algumas pessoas fomos informados que as primeiras famílias tiveram origem nos Estêvão que vieram do Caldeirão de Inajá, os Francelino e os Severo de Santa Cruz do Deserto em Alagoas , os Gabriel vindos do Craibeiro de Inajá.
Do meu conhecimento lembro do meu Tio Canuto Gomes que era originário do sítio Ouricuri e funcionário da fábrica da Pedra de Delmiro Gouveia Alagoas, morando num grande chalé construído pela companhia da fábrica, para vender fio da Pedra. Recordo-me de ter visto por várias vezes pessoas saindo de Caraibeiras principalmente das residências da família Gabriel, dos Joca e de Pedro Francilino tangendo um animal com uma carga de fio para depois trazer transformado em rede. Naquelas casas ou na vizinhança havia também pessoas que aproveitavam as sobras de fio, desembuchavam e faziam franjas e varandas para colocar nas redes e gerar mais alguma renda.
Não esqueço a figura do Senhor Belo Pezinho passando lá no sítio onde nós morávamos, em um burro bem arreado, levando várias redes para vender nas terras de Pariconha e Água Branca. Lá em casa ele tomava um café, batia um papo com meu pai e seguia viagem. De volta, após alguns dias, fazia o mesmo percurso.
Eu que sempre gostei de ouvir conversa dos adultos, ficava atenta às histórias da "ruínha", da bodega de "Seu Santo' e da 'Loja de Ciríaco"e tantas outras coisas. Tenho também na memória a ruínha de Pedro Francelino.
Outra figura inesquecível nas minhas lembranças de pré-adolescente é o senhor Zé de Zezé, que uma vez por semana ia lá em casa comprar criações a minha vó para o abastecimento de carne na vila. Muito conversador juntava-se com meu pai a contarem casos e dele eu ouvi algumas coisas sobre a origem da família Carvalho que tinha descendência portuguesa e haviam se instalado na região de Cacimba Nova.
Outros habitantes teriam origem cigana ou em Santa Cruz do Deserto.
Com relação à chegada do tear em Caraibeiras há diferentes hipóteses, nada comprovado. Uns dizem que foi uma índia que veio morar na localidade e introduziu a arte. Outros dizem (hipótese remota) que um casal europeu teria se instalado no local e implantado a produção de rede. O que é certo é que havia alguns grupos que mantinham o monopólio da rede e várias outras pessoas que trabalhavam em regime quase escravo.
No final da década de 70 (1970) com o surgimento da manta e das bolsas produzidas inicialmente pela família de Mário Pedro, e também com a implantação do tear industrial o produto têxtil tomou um grande impulso e hoje está em todo o Brasil e até mesmo no exterior, Caraibeiras tem um potencial de uma cidade com boa qualidade de vida.
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